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Mídia europeia dá destaque a notícias sobre Temer

Veja o que dizem veículos como The Guardian e Le Figaro sobre o escândalo divulgado na noite de ontem

Michel Temer (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)

Michel Temer (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2017 às 07h32.

Última atualização em 18 de maio de 2017 às 10h05.

Londres - A imprensa europeia dá destaque nesta quinta-feira (18) à notícia de que o presidente Michel Temer foi gravado por um empresário dando aval para uma suposta compra de silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Operação Lava Jato.

Os casos de corrupção no País vêm tendo bastante repercussão nos veículos de comunicação locais e o tom na região é o de que Temer pode ter de sair do cargo pouco depois de um ano de assumir.

O jornal francês Le Figaro diz que Temer está "em meio a uma tormenta". A publicação traz informações do Brasil, contando que, em 7 de março, o presidente se reuniu com um dos proprietários da JBS, Joesley Batista. O periódico explica que, antes de ser condenado final de março a 15 anos de prisão por corrupção, Cunha, um dos políticos mais influentes do Brasil, tinha trabalhado para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

O Le Figaro também registra a negativa da Presidência: "O presidente Michel Temer nunca pediu pagamento para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Ele não participou ou autorizou qualquer operação com o objetivo de evitar uma confissão ou uma colaboração na Justiça do ex-presidente da Câmara", diz comunicado do Planalto.

O português Diário de Notícias traz a informação de que Batista entregou à polícia uma gravação onde o presidente incentiva o pagamento pelo silêncio de Cunha. "Fala-se em queda do governo e eleições antecipadas", cita o jornal. A publicação detalha que o empresário também mandou para a polícia um vídeo em que Rodrigo Loures (deputado do PMDB ligado a Temer) recebe uma mala com R$ 500 mil para resolver assuntos ligados à JBS.

Em outro áudio, o candidato à presidência derrotado em 2014 por Dilma, conforme o jornal lusitano tratou o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, teria pedido R$ 2 milhões para Batista. A entrega também teria sido filmada com a autorização da polícia. "As consequências destes áudios e vídeos, segundo as primeiras análises da imprensa (brasileira), podem ser a demissão de Temer e a precipitação de eleições. Mas como estamos a menos de dois anos da data marcada para a realização do próximo sufrágio, marcado para outubro de 2018, a eleição teria de ser, segundo a Constituição brasileira, feita pelos congressistas, na sua maioria apoiantes do governo de Temer."

Na capa do site do Le Monde, uma foto de Temer também chama para a notícia: "apenas um ano após assumir o cargo, os dias do presidente Michel Temer parecem contados", traz a manchete. O jornal francês cita a existência de uma "informação mais embaraçosa" para o chefe de Estado. "Em São Paulo, na Avenida Paulista, onde há um ano os manifestantes gritavam 'Fora Dilma', uma multidão explodiu de alegria, gritando: 'este é o fim do governo golpista Michel Temer". No Rio de Janeiro, reportou o jornal, houve um panelaço.

O espanhol El País diz que "um novo choque político colocou Brasil de cabeça para baixo em questão de minutos". A publicação também relatou a manifestação popular na Avenida Paulista, local emblemático da capital financeira do País. O jornal diz que ninguém ainda ouviu a gravação e que o governo nega a sua existência. O El País salienta que a Procuradoria-Geral da República se recusou a confirmar ou negar sua existência. Na reunião com Temer, reproduz o periódico, Batista teria dito que pagava uma taxa mensal a Cunha, que teria um "conhecimento quase enciclopédico da rede de corrupção" no caso Petrobras.

O britânico The Guardian também mantém na capa a notícia sobre o Brasil: "gravações explosivas ligam presidente Michel Temer a suborno". A publicação fala do pedido de impeachment de Temer nas ruas e entre alguns congressistas. O jornal lembra que Cunha é do mesmo partido de Temer, o PMDB.

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