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Michel Temer está sendo sabotado pelo PT, diz Cunha

Segundo o presidente da Câmara, Michel Temer está sendo “sabotado” pelo PT e deveria abandonar a função de negociador com o Congresso

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ): “para continuar desse jeito, o Michel deveria deixar a articulação política..." (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ): “para continuar desse jeito, o Michel deveria deixar a articulação política..." (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2015 às 17h44.

Brasília - O vice-presidente e articula dor político do governo, Michel Temer, está sendo “sabotado” pelo PT e deveria abandonar a função de negociador com o Congresso, afirmou nesta quinta-feira o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Para Cunha, a participação de Temer na articulação prejudica seu partido, o PMDB, ao aproximá-lo do governo e do PT.

“Michel Temer entrou para tentar melhorar essa articulação política, está claramente sendo sabotado por parte do PT”, disse Cunha, ao ser questionado sobre decisão de parlamentares petistas de questionarem no Supremo Tribunal Federal (STF) sua postura ao presidir sessão de votação de proposta que reduz a maioridade penal.

“Para continuar desse jeito, o Michel deveria deixar a articulação política... Do jeito que está indo aqui, o governo se misturando com o PT no mesmo mal, o PMDB deve ficar longe dessa articulação política, porque isso não está fazendo bem para o PMDB.” Cunha aproveitou para atacar o PT ao referir-se aos 9 por cento de popularidade do governo Dilma Rousseff, índice apontado por pesquisa CNI/Ibope na quarta-feira, o mais baixo dos seus dois mandatos.

“Não é à toa que o governo está indo para 9 por cento de popularidade, e está no mesmo tamanho de quem apoia a manutenção da maioridade penal”, disse.

O deputado criticou ainda a coordenação entre Planalto e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e disse que a articulação toma um caminho “equivocado”. Temer assumiu a articulação política após a saída de Pepe Vargas do posto de ministro da Secretaria de Relações Institucionais. Outros ministros --alguns do PMDB-- o auxiliam nas negociações, mas a atuação do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tem gerado atritos.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, Mercadante afirmou que a presença de Temer na articulação política representa um “gesto de desprendimento e sacrifício pessoal”, citando a aprovação de medidas do ajuste fiscal no Congresso Nacional como resultados dessa atuação.

"A larga experiência do vice-presidente, Michel Temer, só tem contribuído para a boa gestão das finanças públicas e para superar episódios com diálogo e busca de entendimento", disse.

A nota menciona a provação nesta semana de proposta que concede reajuste escalonado para os funcionários do Judiciário, uma derrota para o governo com impacto orçamentário previsto de mais de 25 bilhões de reais nos próximos quatro anos. A decisão do plenário do Senado ocorre no momento em que o governo se esforça para equilibrar as contas públicas.

“Tenho a certeza de que, com a competente coordenação política do vice-presidente, Michel Temer, chegaremos a um acordo com os servidores do Judiciário”, diz a nota divulgada pela Casa Civil.

Na Câmara dos Deputados, parlamentares aprovaram na noite de quarta-feira a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte, medida à qual o governo também se opõe.

O texto aprovado é uma emenda apresentada à proposta de emenda à Constituição (PEC) da maioridade penal que fora recusada em votação realizada na madrugada anterior por apenas cinco votos, uma manobra atribuída a Cunha e questionada na Justiça. A PEC ainda precisa ser votada em um segundo turno e só depois, se aprovada, será enviada ao Senado.

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