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MG lidera casos de dengue, mas incidência é maior em MS

Minas tem 43.119 casos já confirmados, quase o dobro do ano passado inteiro (22.105), e 37 óbitos, um aumento de mais de 100% em relação a 2012

Dengue: no Mato Grosso do Sul, taxa de incidência da doença no Estado é de 3.133,6 notificações por grupo de 100 mil habitantes. (Joe Raedle)

Dengue: no Mato Grosso do Sul, taxa de incidência da doença no Estado é de 3.133,6 notificações por grupo de 100 mil habitantes. (Joe Raedle)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 23h19.

São Paulo - Minas Gerais segue liderando o ranking de casos notificados de dengue no País neste ano. De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado, divulgados nesta quinta-feira (4), até o momento, foram notificados 165.845 casos no Estado, muito acima do registrado em todo o ano de 2012 (46.681) e o primeiro trimestre de 2010 (123.254), quando houve forte avanço da doença no País. O Estado tem 43.119 casos já confirmados, quase o dobro do ano passado inteiro (22.105), e 37 óbitos, um aumento de mais de 100% em relação a todos os casos registrados no ano passado (18).

Se em números absolutos, no entanto, o avanço da dengue no Brasil foi liderado no primeiro trimestre por Minas Gerais, a doença atingiu de forma mais intensa a população do Mato Grosso do Sul, segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do MS, também divulgado na quinta-feira. A taxa de incidência da doença no Estado é de 3.133,6 notificações por grupo de 100 mil habitantes. Na prática, isso significa que mais de 3% dos 2,4 milhões de habitantes do Estado notificaram suspeita de dengue nos primeiros meses de 2013.

A taxa de incidência permite ver a exposição de uma população à doença, explica o chefe do laboratório da virologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Celso Granato. "O dado mostra que o risco que uma pessoa tem de pegar dengue no Mato Grosso do Sul é muito maior do que em São Paulo, por exemplo". A partir de 300 casos por 100 mil habitantes, continua o professor, passa-se a considerar o quadro como de alto risco de transmissão. Em Minas Gerais, o índice ficou em 669,9 casos a cada 100 mil habitantes.

Campo Grande, com mais de 41 mil casos suspeitos no trimestre, teve mais da metade das notificações do Estado. A capital confirmou 10 óbitos pela doença neste ano, enquanto que, em todo o Mato Grosso do Sul, o número de mortes por dengue comprovadas foi de 22.

O pico da epidemia no Estado, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, ocorreu no início de fevereiro, quando mais de 8,6 mil novas suspeitas chegaram a ser notificadas em uma única semana. Desde então, perdeu força, até atingir, no último levantamento, cerca de 2,6 mil notificações na 13ª semana do ano. "Houve uma redução (da evolução da dengue), mas ainda é um número muito alto", avalia Granato, da Unifesp.


A diretora geral de vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, Bernadete Lewandowski, argumenta que, embora o número de notificações por semana ainda esteja alto, o avanço da dengue no Estado foi controlado, como resultado de ações da Secretaria nos municípios mais afetados, entre eles Campo Grande.

Além do Mato Grosso do Sul, outros nove Estados registram quadro de alta transmissão da dengue, com taxa acima de 300 casos notificados/100 mil habitantes (até 23 de março), de acordo com o Ministério da Saúde. São eles: Rio de Janeiro (405,1), Paraná (448,6), Rondônia (498,7), Tocantins (641,1), Minas Gerais (669,9), Acre (677,4), Mato Grosso (774), Espírito Santo (801,5) e Goiás (1.366,9). De acordo com Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde da pasta, todos passam por um cenário de epidemia da doença.

O salto do número de notificações da dengue no Brasil neste ano é atribuído pelo Ministério da Saúde, entre outros fatores, à introdução de um novo tipo do vírus da dengue, o DEN-4, que não circulava no País desde os anos 80. Dessa forma, toda a população com menos de 30 anos não apresenta imunidade. Nota divulgada pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais destacou também que a troca de comando em mais de 80% das prefeituras do Estado, no início deste ano, pode ter contribuído para a interrupção de ações de prevenção.

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