Aécio Neves, eleito para o Senado: só apóia Serra se o candidato mudar o tom da campanha
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 15h17.
Belo Horizonte - Embalado pela conquista de um lugar no segundo turno, o presidenciável tucano José Serra desembarcou ontem no segundo maior colégio eleitoral do Brasil para virar tributário do sucesso que o PSDB desfruta em Minas Gerais.
Uma operação política recebida com uma contraproposta pelo tucanato mineiro: o compromisso de lançar o senador eleito Aécio Neves ao Planalto em 2014 e acabar com o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do INSS, instituído no governo FHC.
O que era, portanto, para ser apenas uma visita de pêsames ao recém-eleito senador, que acabara de perder o pai e ex-deputado Aécio Cunha, teve outra serventia e abriu espaço aos tucanos para falar do segundo turno da disputa presidencial e apresentar a conta política de Minas Gerais para virar o jogo favorável à adversária petista Dilma Rousseff.
Assim, além de preservar o projeto de poder de Minas, com Aécio Neves candidato à Presidência em 2014, o tucanato local quer que Serra mude a campanha e adote o figurino e o discurso de candidato da oposição. E mais: pedem ousadia na apresentação de propostas para mudar a vida do eleitor, a começar pelo fim do fator previdenciário.
Foi neste clima que o deputado estadual Domingos Sávio (PSDB-MG) no embalo das urnas que na véspera o promoveram a deputado federal, tomou o braço de Serra pela mão e desceu as escadas da Assembleia Legislativa de Minas, onde ocorria o velório de Aécio Cunha, e cochichou sua proposta: "O senhor tem de ir para a televisão e anunciar o fim do fator previdenciário. Se o senhor acabar com isto, antes que o PT o faça, a gente ganha a eleição".
Serra não disse nem que sim, nem que não. Ouviu com a atenção devida ao interlocutor que, sete meses atrás, arriscara uma campanha para que Aécio aceitasse ser seu vice na corrida sucessória, como forma de facilitar a vitória do PSDB sobre o PT de Lula e sua candidata.
O fator previdenciário é um sistema de desestímulo à aposentadoria precoce, uma vez que o INSS paga uma pensão maior ao aposentado que adiar a decisão de se aposentar. Nos primeiros dez anos de vigência, o método gerou economia para os cofres públicos calculada em R$ 10 bilhões. Caso seja extinto, a despesa deverá voltar a crescer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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