Brasil

Metroviários do DF encerram greve de 37 dias

Decisão foi tomada após TRT ter determinado que a categoria retomasse as atividades normais sob pena de multas diárias de R$ 20 mil

Decisão de acatar a determinação do TRT foi tomada durante assembleia realizada ontem à noite, em Taguatinga (DF) (Sergio Berenovsky/Dedoc)

Decisão de acatar a determinação do TRT foi tomada durante assembleia realizada ontem à noite, em Taguatinga (DF) (Sergio Berenovsky/Dedoc)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 11h18.

Brasília - Após 37 dias em greve, os metroviários do Distrito Federal voltaram hoje (18) ao trabalho. A decisão da categoria foi uma resposta à decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Embora não tenha considerado abusiva a paralisação parcial da prestação do serviço à população, o tribunal havia determinado, ontem (17), que a categoria retomasse as atividades normais sob pena de o Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô) ser punido com multas diárias de R$ 20 mil.

A 1ª Sessão Especializada do TRT da 10ª Região também havia determinado a compensação dos dias parados pelos trabalhadores, razão pela qual não terão esse período descontado dos salários. Além disso, a negociação das reivindicações apresentadas à direção da companhia ainda não está encerrada e será retomada 15 dias a partir da publicação do acórdão.

A decisão de acatar a determinação do TRT foi tomada durante assembleia realizada ontem (17) à noite, em Taguatinga (DF). Segundo o coordenador-geral do SindMetrô, Israel Almeida Pereira, o saldo da mobilização foi positivo porque o tribunal, ao entender a legitimidade da greve, reconheceu que a direção da companhia descumpriu o acordo firmado no primeiro semestre do ano passado.

Sindicato e companhia começaram a negociar a data-base da categoria em março de 2011. Pouco tempo depois, as partes fecharam um acordo que, de acordo com Pena, estabelece que o governo conceda aos metroviários qualquer benefício concedido às demais categorias durante o ano.


A assessoria do Metrô-DF reconhece que a cláusula que previa a discussão trimestral quanto à concessão dos benefícios obtidos por outras categorias não chegou a ser cumprida, mas que o sindicato não buscou a intermediação do Ministério Público antes de recorrer à Justiça. Além disso, para companhia, a decisão do TRT ratifica a proposta apresentada em dezembro, ou seja, que a greve não fosse deflagrada e as negociações continuassem. A companhia irá apresentar uma nova proposta dentro do prazo estipulado pelo TRT.

Já os trabalhadores reivindicam a atualização dos valores ou concessão de benefícios sociais como participação nos lucros e resultados e o pagamento de uma 13ª parcela do auxílio-alimentação, no mesmo valor das 12 parcelas já pagas (R$ 770, cada). Os metroviários também querem receber um abono – cujo valor está em aberto – semelhante ao pago a outras companhias.

“Lamentamos os prejuízos causados à população e aos trabalhadores, mas a companhia nem cumpriu sua parte no acordo, nem aceitou negociar com a categoria, contando com a decisão judicial que, a nosso ver, foi favorável aos trabalhadores”, disse Pereira à Agência Brasil.

De acordo com a assessoria do Metrô-DF, o movimento foi normalizado e permaneceu tranquilo durante toda manhã. Durante o horário de pico, entre 6h e 8h30, o sistema operou com sua capacidade máxima (24 trens). De acordo com a assessoria, o tempo de espera foi de, em média, 4 minutos na linha principal e de 7 minutos nos ramais.

Acompanhe tudo sobre:Brasíliacidades-brasileirasEmpresasEmpresas estataisEstatais brasileirasGrevesMetrô de São Paulomobilidade-urbanaTransporte públicotransportes-no-brasil

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pde sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua