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Metroviários avaliam proposta de reajuste para decidir greve

Companhia do Metrô de São Paulo avançou na proposta de reajuste salarial de 7,21% para 8,29%, mas trabalhadores pedem 18,64% e pretendem iniciar greve amanhã


	Metrô de São Paulo: Interior da Estação Pinheiros, da Linha 4 - Amarela
 (ALEXANDRE BATTIBUGLI/EXAME)

Metrô de São Paulo: Interior da Estação Pinheiros, da Linha 4 - Amarela (ALEXANDRE BATTIBUGLI/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2015 às 19h09.

São Paulo - Nova proposta do governo estadual será apresentada hoje (1°) na assembleia dos metroviários, que têm indicativo de greve para amanhã (2).

Durante a segunda audiência de conciliação, na tarde desta segunda-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) avançou no índice de reajuste de 7,21% – equivalentes à inflação calculada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) – para 8,29%.

O índice está mais próximo dos 8,82% propostos pelo tribunal. Os trabalhadores pedem 18,64%.

“Na base da categoria, já há alguma dúvida se a proposta é possível de passar, ou não. Mas, obviamente, a empresa melhorou a proposta que tinha feito, que retirava direitos e não tinha ganho real”, avaliou Altino de Melo Prazeres, presidente do sindicato dos metroviários.

Caso seja aprovada, a greve deverá manter efetivo mínimo de 80% no horário de pico e de 50% nos demais horários. Os percentuais foram revistos pelo desembargador Mauro Vignotto, no dia 27.

A decisão inicial indicava que, se houvesse paralisação, 100% do efetivo deveria trabalhar das 6h às 9h e das 16h às 19h, e manteria 70% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Durante a audiência, que durou cerca de quatro horas, um dos temas de impasse foi a mudança que o Metrô propôs para o cálculo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

O governo estadual vinculou o ganho ao atingimento de metas definidas em planejamento estratégico da empresa. Atualmente, o cálculo é feito de duas maneiras: um valor mínimo ou um valor constituído por 40% do salário-base mais a parcela fixa. A mais alta delas é paga ao trabalhador.

A desembargadora Ivani Cantini Bramante, responsável pela negociação, questionou o fato de as metas não serem debatidas conjuntamente, além de algumas delas fugirem ao controle do trabalhador, e propôs que a alteração ocorresse somente para 2016.

Após intenso debate, o governo recuou na mudança integral. A proposta manteve o valor mínimo, mas considerará as metas para cálculo do valor.

Prazeres destaca que a proposta anterior dos trabalhadores era que a PLR fosse igualitária.

“Achamos que o bolo a ser distribuído para os trabalhadores tem que ser de forma igual. Pode ser que o gerente da empresa coma um pedaço maior do bolo e a gente coma um pedaço menor”, comparou. Ele reconhece, no entanto, que houve avanço na negociação.

A proposta incluiu ainda reajuste de 10% no vale-alimentação e no vale-refeição, além de uma cota extra do vale junto com o décimo terceiro salário.

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