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Metrô recontrata dois funcionários após greve de SP

Restam 40 empregados que ainda correm o risco de perder os postos de trabalho

Cartaz de greve é visto em cabine da estação Ana Rosa do Metrô (REUTERS/Kai Pfaffenbach)

Cartaz de greve é visto em cabine da estação Ana Rosa do Metrô (REUTERS/Kai Pfaffenbach)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 10h34.

São Paulo - O Metrô de São Paulo desistiu de demitir dois funcionários que haviam sido dispensados após a greve de cinco dias que parou grande parte do sistema no início de junho. Com isso, restam 40 empregados que ainda correm o risco de perder os postos de trabalho: esse grupo ingressará com processos na Justiça na quinta-feira, 17.

A informação é do Sindicato dos Metroviários, que preferiu não divulgar o nome dos funcionários reabsorvidos pela empresa, temendo algum tipo de retaliação a eles.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que os dois são seguranças e um deles trabalha na Linha 3-Vermelha, a mais superlotada do sistema. Segundo fontes no sindicato, esses dois funcionários não participaram das mobilizações em torno da greve.

Uma confusão com seus sobrenomes, no entanto, fez com que o Metrô, que é controlado pelo governo do Estado, os incluísse na lista de demitidos. Eles recorreram em um processo administrativo interno e acabaram reincorporados.

Na época das demissões, o Metrô alegou que os demitidos se envolveram em quebra-quebra na Estação Ana Rosa, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o local para dispersar os manifestantes.

Já o sindicato sempre defendeu que as demissões foram arbitrárias, porque os demitidos teriam sido escolhidos entre diretores ativos da entidade, numa decisão política. "As demissões foram contra o direito de greve", informou o sindicato em junho.

Em uma audiência de conciliação entre as partes durante a greve na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), no centro, o presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, chegou a admitir a possibilidade de não demitir 40 dos 42 dispensados.

Entretanto, pouco depois, uma ordem do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo Geraldo Alckmin (PSDB), desautorizou a recontratação de qualquer demitido.

O próprio governador reiteradamente se mostrou contrário à possibilidade de recontratações em entrevistas ao longo de junho. Diversos movimentos sociais, assim como todas as centrais sindicais do País, divulgaram apoio à causa dos metroviários demitidos, criticando a postura de Alckmin, que classificaram de intransigente e até autoritária.

Nesta quinta-feira, os outros 40 demitidos ingressarão conjuntamente com processos judiciais para tentar reverter a decisão do Metrô.

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