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Metrô olímpico inicia operação de passageiros ainda em obras

Principal obra de legado da Olimpíada, ao custo de 10 bilhões de reais, a Linha 4 foi inaugurada no sábado pelo presidente interino Michel Temer


	Metrô: "Ainda estamos terminando a obra, inauguraram sem estar pronta como toda obra do governo", disse um operário da parte elétrica
 (Nacho Doce / Reuters)

Metrô: "Ainda estamos terminando a obra, inauguraram sem estar pronta como toda obra do governo", disse um operário da parte elétrica (Nacho Doce / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 17h38.

Rio de Janeiro - Operários ainda trabalhavam nesta segunda-feira nas obras da nova linha de metrô do Rio de Janeiro construída para ser a principal via de acesso do público ao Parque Olímpico dos Jogos de 2016, a quatro dias da cerimônia de abertura do evento.

Principal obra de legado da Olimpíada, ao custo de 10 bilhões de reais, a Linha 4 foi inaugurada no sábado pelo presidente interino Michel Temer e começou a operar nesta segunda-feira, por enquanto apenas para profissionais credenciados para trabalhar nos Jogos Olímpicos.

O novo trecho reduziu o tempo de viagem entre a zona sul e o centro do Rio para a Barra da Tijuca, bairro que concentra a maior parte das instalações olímpicas, mas trabalhadores ainda finalizavam os serviços enquanto os primeiros passageiros embarcavam na nova linha.

"Ainda estamos terminando a obra, inauguraram sem estar pronta como toda obra do governo", disse um operário da parte elétrica, ao lado de um grupo de trabalhadores, no interior da estação São Conrado, uma das mais importantes da nova linha, pois atenderá ao moradores da favela da Rocinha.

O consórcio Rio Barra, que construiu a nova linha, informou que as obras estão 100 por cento concluídas e que os operários na estação não pertencem à empresa.

De acordo com a concessionária Metrô Rio, operadora do sistema, os trabalhadores estariam apenas retirando material de obra realizada na semana passada, antes da inauguração da Linha 4.

A inauguração do novo trecho do metrô chegou a ser colocada em dúvida pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, devido aos atrasos nas obras, e a Prefeitura tinha preparado um "plano B" para o transporte olímpico com o uso de ônibus extras caso a obra não fosse concluída a tempo.

A viagem de Copacabana, região que concentra o maior número de turistas, para o ponto da Barra onde fica a estação de metrô leva cerca de 15 minutos, em comparação com até 1 hora de ônibus ou carro em caso de tráfego pesado.

Da estação de metrô até o Parque Olímpico, coração dos Jogos, a viagem é feita em um ônibus do BRT, que trafega por uma faixa exclusiva. O trajeto leva cerca de 25 minutos. Com os períodos de espera e as integrações, todo o trecho é feito em aproximadamente 1 hora.

Principal obra de mobilidade urbana para os Jogos Olímpicos, a nova linha será aberta para os torcedores com ingressos a partir de 5 de agosto, dia da cerimônia de abertura do evento no estádio do Maracanã.

O público em geral só terá acesso depois de um período de pausa para ajustes que será realizado logo após os Jogos Paralímpicos, em setembro.

A expectativa é que até o fim do ano esteja operando a plena capacidade.

Projeto há anos na gaveta dos governos estaduais do Rio, a expansão do metrô para a Barra da Tijuca foi um compromisso assumido na candidatura da cidade em 2009 para realizar a primeira edição dos Jogos Olímpicos na América do Sul.

O orçamento inicial na fase conceitual da obra era de cerca 5 bilhões de reais, mas depois a projeção foi ajustada para mais de 7 bilhões de reais.

Ao final, a Linha 4 custou quase 10 bilhões de reais, sendo 8,5 bilhões de reais bancados pelo governo do Estado.

Texto atualizado às 17h38
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