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Metrô de SP troca controle de distância após acidente

Não houve esclarecimentos sobre o problema com a placa da Linha 3-Vermelha

O Sindicato dos Metroviários diz que o acidente é decorrente do processo de "sucateamento" que o Metrô tem enfrentado (Sergio Berenovsky/Dedoc)

O Sindicato dos Metroviários diz que o acidente é decorrente do processo de "sucateamento" que o Metrô tem enfrentado (Sergio Berenovsky/Dedoc)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2012 às 09h58.

O Metrô afirmou ontem ter encontrado a peça defeituosa que provocou, anteontem, a primeira batida entre dois trens de passageiros da história da companhia, que terminou com 49 feridos. A empresa também anunciou a substituição de todos os equipamentos parecidos existentes na rede metroviária.

São 12 placas eletrônicas, que servem para detectar a presença dos trens nas vias férreas e determinar a velocidade de cada composição. Essas placas estão espalhadas pelas Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha - onde ocorreu o acidente. Segundo o Metrô, a placa defeituosa da Linha 3-Vermelha, perto da Estação Carrão, foi trocada ainda anteontem. E as outras 11 placas foram substituídas por precaução ontem, embora não apresentassem defeito.

O Metrô, no entanto, ainda não esclareceu quando o problema com a placa da Linha 3 foi detectado - antes do acidente, outro operador de trem havia detectado problemas na via e informado o Centro de Controle Operacional. O Metrô disse ter enviado agentes de manutenção até o local, mas não deixou claro porque o trem C-20, que transportava todas as pessoas feridas, avançou por aquele trecho.

Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, essas placas não passam por manutenção preventiva. São como placas de computador - ou funcionam ou não funcionam, sem meio termo - e são trocadas se apresentam algum defeito. A assessoria também apresentou a relação de gastos com manutenção do Metrô de 2008 a 2011, para refutar acusações de queda nos investimentos na rede.

O Sindicato dos Metroviários diz que o acidente é decorrente do processo de "sucateamento" que o Metrô tem enfrentado. "Há muita terceirização, os sistemas são muito diferentes, isso causa problemas", diz o presidente da entidade, Altino dos Prazeres. O Metrô rebate afirmando que os gastos de custeio com manutenção crescem ano a ano: em 2008, foram R$ 336,6 milhões gastos com esses serviços. No ano passado, foram R$ 529 milhões. E a previsão para este ano é de R$ 614 ,6 milhões, segundo a pasta.

Greve

O sindicato dos metroviários mantém agendada uma greve da categoria para quarta-feira. Eles reivindicam 14,9% de aumento real, além de correção da inflação. Mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que não cederá a qualquer "chantagem". "O governo está em dialogo permanente com entidades, sindicatos, trabalhadores. Só há greve quando não tem diálogo."

Em entrevista à rádio CBN, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, reforçou a proposta apresentada aos sindicalistas anteontem - antes do acidente - de reajuste de 4,65% no salário e aumento de benefícios como vale-transporte e vale-refeição. O sindicato já havia rejeitado a proposta em assembleia e diz que ainda pretende negociar. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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