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Metrô de SP perde 300 mil passageiros diários

A queda no número de usuários se acentuou neste mês. Entre janeiro e maio, a companhia registrou 100 mil passageiros a menos por dia


	Metrô: "Números recentes falam em 1,6 milhão de desempregados na Grande SP, e o Metrô tem transportado a menos cerca de 300 mil pessoas por dia"
 (Marcos Santos/USP)

Metrô: "Números recentes falam em 1,6 milhão de desempregados na Grande SP, e o Metrô tem transportado a menos cerca de 300 mil pessoas por dia" (Marcos Santos/USP)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2016 às 10h39.

São Paulo - Em meio à crise econômica e a alta do desemprego, o Metrô de São Paulo perdeu 300 mil passageiros diários, em comparação com 2015.

A queda no número de usuários se acentuou neste mês. Entre janeiro e maio, a companhia registrou 100 mil passageiros a menos por dia, em relação ao mesmo período de 2015.

Segundo o secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o Metrô transportou diariamente 4,7 milhões de passageiros por dia na média de julho de 2015. Neste ano, porém, houve queda de 6,3%, chegando a 4,4 milhões de usuários diários.

Esse índice considera as Linhas Azul, Verde, Vermelha e Lilás, da Companhia do Metropolitano de São Paulo, e a Prata (monotrilho), mas exclui a Linha 4-Amarela, administrada pela ViaQuatro.

Em junho, último mês com balanço fechado, a concessionária registrou queda de 1,43% no número de passageiros da Linha 4. Foram 693,6 mil, em média, em dia útil, em junho de 2015, ante 683,7 mil no mesmo mês deste ano.

"Números recentes falam em 1,6 milhão de desempregados na Grande São Paulo, e o Metrô tem transportado a menos cerca de 300 mil pessoas por dia", disse Pelissioni, na quarta-feira, 27, em entrevista à Rádio Estadão.

Segundo o secretário, o recuo é reflexo da "crise econômica pela qual passa o País".

O secretário negou que o aumento na concessão de gratuidades tenha grande impacto nas finanças da companhia, mas afirmou que o menor número de usuários tem diminuído os recursos do Metrô.

"Cada vez eu tenho menos receita e as despesas são as mesmas: energia, funcionários", disse. "O que tem impactado o caixa é a própria crise econômica."

A pasta não informou qual foi a queda na receita tarifária do Metrô. Em junho, o diretor de Operações da empresa, Mário Fioratti, disse que, graças à queda no número de passageiros (de 86 mil por dia, ou 100 mil, sem considerar a Linha 4) havia previsão de redução de R$ 60 milhões no orçamento para 2016. Recentemente, a companhia abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV), o primeiro desde 1998.

Explicação

Especialista em transportes, o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira aponta a crise econômica como a causa "mais provável" para a redução do número de passageiros.

"As pessoas acabam deixando a faculdade de lado ou ficando desempregadas. A demanda cai naturalmente."

Para Figueira, o índice triplicar em poucos meses se explica pelo tamanho da demanda do Metrô. "Qualquer variação implica em um número muito grande de pessoas", disse o especialista que, usuário do transporte, tem notado os trens "menos cheios".

"Isso não justifica qualquer discurso para parar de investir, porque a demanda vai voltar. É um bom momento para se planejar."

Outra hipótese do especialista é que os usuários estejam migrando para outros meios de transporte. Em junho, a São Paulo Transporte (SPTrans) viu crescer o número de passageiros em 2,4%, em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Linha 4

O secretário Pelissioni também afirmou que as obras para concluir quatro estações da Linha 4-Amarela do Metrô serão retomadas em agosto, após um ano paralisadas.

Segundo ele, foi dada ordem de serviço para terminar as obras e os trabalhadores voltarão à atividade em até 15 dias. A previsão é de que as estações, prometidas para 2014, sejam concluídas em 2019.

"A partir do início da retomada, a Estação Higienópolis-Mackenzie deve ficar pronta em 12 meses. A Oscar Freire, em 15 meses. E a Estação São Paulo-Morumbi termina em 18 meses", disse.

A última estação a ser entregue será a Vila Sônia, na zona sul, cujo prazo de conclusão é de 36 meses, ou três anos, após o reinício das obras. Ela fará integração com terminal de ônibus.

"Nós vamos trabalhar muito para cumprir esse novo cronograma, acreditamos que não vamos ter problemas", afirmou Pelissioni.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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