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Metrô de SP demite cinco funcionários por greve 'surpresa' no dia 12 de outubro

Durante o feriado, os trens das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata tiveram paralisação total ou operaram com velocidade reduzida por causa da paralisação

Metrô: empresa afirma que outros funcionários podem ser punidos (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Metrô: empresa afirma que outros funcionários podem ser punidos (Rovena Rosa/Agência Brasil)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 16h31.

Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 17h06.

O Metrô de São Paulo anunciou nesta terça-feira, 24, a demissão de cinco operadores de trem da Companhia que realizaram uma paralisação "surpresa" no último dia 12 de outubro. Durante o feriado, os trens das 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata tiveram paralisação total ou operaram com velocidade reduzida.

Segundo a Companhia, nove funcionários foram punidos. Além dos cinco desligados, um foi suspenso por 29 dias e outros três, com estabilidade sindical, foram suspensos sem remuneração para responderem a um inquérito no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que irá apurar a ocorrência de falta grave e decidir pela consequente demissão. O sindicato dos metroviários afirmaram, na ocasião, que os empregados estavam protestando contra advertências recebidas por outros três empregados da Linha 2-Verde. O Metrô avalia ainda outros casos e não descarta novas punições.

Em nota, a empresa defende que a decisão foi tomada com base em provas compostas por imagens, áudios e relatórios que indicaram a conduta irregular dos nove profissionais e afirma que a medida não tem relação com a greve de 24 horas no dia 3 de outubro. "A direção da Companhia avaliou que a paralisação atendeu apenas a interesses privados e descumpriu a legislação por ter sido implementada sem aviso prévio e sem qualquer autorização neste sentido pela assembleia da categoria dos metroviários", escreveu a Companhia.

O Metrô disse ainda que a paralisação deixou os trens paralisados e pessoas sem comunicação tanto nos trens como nas estações sem nenhuma informação, uma vez que os operadores haviam decidido deixar seus postos e fechar as estações. "Houve registro de protestos de passageiros e danos nas estações, o que colocou em risco a integridade do público e também de outros funcionários do Metrô. A Companhia registrou mais de 30 evacuações de trem e 49 estações fechadas durante a paralisação de cerca de 3 horas", afirmou.

O sindicato dos metroviários, até a publicação desta notícia, não se pronunciou sobre a decisão do Metrô. Ontem, a categoria realizou uma assembleia que terminou sem definição sobre uma nova greve. Na semana passada, os metroviários aprovaram um estado de greve contra as advertências aplicadas pelo Metrô e as privatizações em discussão pelo governo Tarcísio de Freitas.

Processo contra o sindicato

As demissões anunciadas pelo Metrô se soma ao processo contra o sindicato dos metroviários pela greve do último dia 3 de outubro. A Companhia pede R$ 7,1 milhões por supostos prejuízos gerados durante a greve dos funcionários da empresa. A empresa alega que teve perdas financeiras devido à paralisação de 24 horas e argumenta que o sindicato não cumpriu a determinação da Justiça do Trabalho de São Paulo para funcionamento parcial durante os horários de pico.

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