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Metade dos brasileiros muda de área após primeiro emprego

Do total de trabalhadores, 38,6% ascenderam de um estrato mais baixo para um mais alto, em relação à primeira ocupação

Carteira de Trabalho (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Carteira de Trabalho (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 16 de novembro de 2016 às 10h00.

Última atualização em 16 de novembro de 2016 às 11h00.

Brasília – Pouco mais de metade dos brasileiros (50,9%) mudou de área de atuação em relação ao primeiro emprego em 2014. É o que revela suplemento da Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) sobre mobilidade sócio-ocupacional de 2014, divulgado hoje peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o estudo, os profissionais que mais migraram de setor são os vendedores e prestadores de serviços de comércio. Apenas 25,6% permaneceram na ocupação.

Os profissionais das ciências e das artes (engenheiros, médicos, professores, advogados, jornalistas, bailarinos, atores), por sua vez, são os que menos se deslocaram para outros grupos ocupacionais. Ao todo, 67% permaneceram na mesma área de atuação que o primeiro emprego.

Do total de trabalhadores, 38,6% ascenderam de um estrato mais baixo para um mais alto, em relação à primeira ocupação.

Segundo o levantamento, esse avanço foi determinado, principalmente, pela ascensão dos trabalhadores agrícolas e dos vendedores e prestadores de serviço do comércio e dos trabalhadores dos serviços, ambos com 14,6%. Por outro lado, apenas 11% das pessoas tiveram queda em relação ao seu primeiro trabalho.

Influência familiar

O levantamento do IBGE apontou ainda a influência da família no desempenho das pessoas. De acordo com a pesquisa, a mobilidade intergeracional dos filhos cujas mães estavam ocupadas quando eles tinham 15 anos chegou a 51,4%. Já 36,3% permaneceram no estrato sócio-ocupacional da mãe e os outros 11,5% tiveram mobilidade descendente.

Já em relação aos filhos de pais que trabalhavam quando eles tinham 15 anos, 47,4% ascenderam, enquanto 33,4% dos filhos reproduziram a ocupação do pai e 17,2% tiveram mobilidade descendente.

A alfabetização é outro ponto que o contexto familiar influencia a trajetória dos filhos. Os filhos de pai não alfabetizado que apresentaram mobilidade intergeracional ascendente totalizaram 21,8% dos entrevistados que residiam com o pai aos 15 anos de idade. Já os de mãe não alfabetizada que ascenderam totalizaram 23,8%.

A pesquisa revelou que a taxa de alfabetização é praticamente a mesma entre aqueles, que aos 15 anos, moravam ou não com o pai. No entanto, quando se trata de ter morado ou não com a mãe, nessa idade, a taxa de alfabetização varia de 92,2%, para os que moravam, a 88,1% para os que não moravam.

Ainda de acordo com o levantamento, os menores percentuais de pessoas sem instrução estão relacionados aos filhos que, aos 15 anos de idade, moravam apenas com a mãe (10,3%) ou com pai e mãe (10,8%).

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