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Mesmo sem votações, servidores mantêm vigília na Alerj

Um grupo de 12 pessoas está se revezando em barracas e afirma que só vai embora na semana que vem, quando devem terminar as votações

Alerj: diante do atraso salarial, servidores do sistema penitenciário estudam greve a partir do fim de semana (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Alerj: diante do atraso salarial, servidores do sistema penitenciário estudam greve a partir do fim de semana (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 17h14.

Rio - Apesar do adiamento das votações do pacote anticrise do governo pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), servidores do Estado seguem em vigília na frente do prédio - e na chuva.

Um grupo de 12 pessoas está se revezando em barracas e afirma que só vai embora na semana que vem, quando devem terminar as votações. Diante do atraso salarial, servidores do sistema penitenciário estudam greve a partir do fim de semana.

Hoje seria o "dia D" para o funcionalismo estadual. Para esta tarde estava marcada a apreciação do projeto que aumenta a contribuição previdenciária dos ativos, inativos e pensionistas de 11% para 14%, e do que congela salários até 2020.

Mas o presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), transferiu ambos para a próxima terça-feira, 20, alegando necessidade de negociação por mais tempo.

"Para nós, é armação, o jogo sujo deles. Eles sabem que a Alerj está dividida. Essas mudanças causam esvaziamento no movimento, desmobilização", disse Paulo Ferreira, diretor do Sindicato do Sistema Penitenciário.

Na sexta-feira, haverá assembleia da categoria para decidir se haverá greve. Neste caso, os profissionais irão permanecer nos presídios.

Proverão alimentação aos presos e providenciarão atendimentos médicos de emergência; ficarão canceladas visitas, banhos de sol e consultas com advogados.

Hoje é o décimo dia útil do mês, prazo que o governo havia dado para o depósito do pagamento de novembro, daí a ideia da greve.

O governo ofereceu tratamento diferenciado à área de segurança (policiais, bombeiros, agentes penitenciários), com previsão do pagamento do 13º até 20 de janeiro, mas a proposta não está sendo aceita.

"É uma proposta indecente, imoral. Eles oferecem aquilo que já nos devem. E não dá para acreditar que terão o dinheiro em janeiro se não têm agora", argumentou Paulo Ferreira.

No acampamento na porta na Alerj desde a tarde de segunda-feira, 12, o inspetor de alunos Marcos Antônio de Jesus disse não ter pressa para ir embora.

"Eles querem nos ganhar no cansaço, mas não vão conseguir." Estão se revezando servidores da educação, saúde, segurança, entre outras áreas. Desde que as barracas foram montadas começou a chover na cidade. O revés não desanima os servidores.

"Somos de luta", resumiu o inspetor de alunos.

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