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Mesmo sem revelar seus planos para 2018, Meirelles se filia ao MDB

ÀS SETE - Para concorrer, o atual ministro da Fazenda tem até próximo dia 7 para deixar a pasta, respeitando a “quarentena” de seis meses, como manda a lei

Temer e Meirelles: um dos obstáculos do político é enfrentar o controle que Temer tem do partido (Adriano Machado/ Reuters/Reuters)

Temer e Meirelles: um dos obstáculos do político é enfrentar o controle que Temer tem do partido (Adriano Machado/ Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2018 às 06h30.

Última atualização em 3 de abril de 2018 às 07h11.

Ainda sem revelar seus planos para as eleições de 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dá o primeiro passo para participar do pleito nesta terça-feira. Às 11 horas, Meirelles assina os termos de filiação ao MDB, partido do presidente Michel Temer, deixando para trás o PSD, de Gilberto Kassab.

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Outro novo integrante do partido é o deputado e defensor do governo Beto Mansur, que sai do PRB, partido que agora tem o empresário Flávio Rocha como candidato a presidente.

A tentativa de Meirelles passará por mais um episódio decisivo nesta semana. O ministro tem até o próximo dia 7 para deixar a pasta, respeitando a “quarentena” de seis meses, como manda a lei eleitoral, para ter seu nome nas urnas. Seu substituto deve ser o secretário executivo da Fazenda, Eduardo Guardia.

Fala-se em Brasília que Meirelles não aceita menos que concorrer à Presidência da República. Entende-se o motivo para que o novo emedebista não seja modesto nas pretensões.

Como economista, ocupou os mais altos cargos que sua profissão permite, como o Ministério da Fazenda, desde 2016, e a Presidência do Banco Central, entre 2003 e 2010. Meirelles também foi presidente do Conselho de Administração do grupo J&F em 2012.

Os voos mais altos esbarram em dois obstáculos. Primeiro — e mais importante — a vontade do eleitor. Nas pesquisas de intenção de voto em que seu nome foi inserido, Meirelles até agora não passou de 1% das preferências.

Apesar de ser o principal nome da equipe econômica que reverteu o período de severa recessão no país, o índice de desemprego ainda alto e o crédito ainda caro para o cidadão não passam a impressão de que a situação melhorou. Com o naufrágio da reforma da Previdência, Meirelles deixa de ter o que seria seu principal legado nas reformas fiscais.

O segundo problema é Michel Temer. Mesmo maltratado pelas acusações de corrupção, seja no decreto dos portos como nas delações do grupo J&F, o presidente ainda tem controle do partido, junto com o senador e presidente da legenda, Romero Jucá (MDB-RR).

Na semana passada, antes do estouro da Operação Skala, que prendeu seus principais aliados de fora do governo, Temer sinalizou que gostaria de ser candidato à reeleição.

Com a sombra de uma terceira denúncia que pode chegar ainda durante 2018, seu nome perde força na disputa — e uma opção seria Meirelles na cabeça de chapa.

O ministro tenta ocupar espaço na “centro-direita pró-reformas”. Meirelles duelaria nesse campo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Precisaria, contudo, descolar-se da lanterna nas pesquisas, onde está junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Nos sonhos de alguns tucanos consta um cenário em que Meirelles abra mão da cabeça de chapa para ser vice de Alckmin.

Congressistas ouvidos por EXAME contam com isso, em especial se a aprovação do governo não reagir após a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, última aposta do governo para tentar ganhar popularidade.

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