Dilma é investigada pela tentativa de obstrução da Operação Lava Jato. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Ligia Tuon
Publicado em 7 de outubro de 2016 às 23h46.
São Paulo - Embora Dilma Rousseff tenha perdido o direto ao foro privilegiado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki negou o envio de seu inquérito para a primeira instância, em Curitiba. Isso significa que a ex-presidente, deposta em 31 de agosto, não será julgada pelo juiz Sergio Moro.
O pedido para que o processo fosse transferido para a 13ª Vara da Justiça Federal, no Paraná, foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "por encontrar-se imbricado no complexo investigativo denominado Operação Lava Jato”, diz o documento, divulgado pela revista Veja na noite desta sexta-feira, 7. Dilma é investigada pela tentativa de obstrução da operação da Polícia Federal.
O argumento de Teori, que é relator da Lava Jato no STF, para manter o inquérito em Brasília é que, com um desmembramento, o processo envolvendo Dilma poderia “colidir com o objetivo da persecução penal”.
Segundo a publicação, o ministro disse ainda que “não se vislumbra, no presente momento, a possibilidade de desmembramento da investigação, pois a análise dos fatos por meio de investigação segmentada, como pretende o órgão ministerial, dificultaria sobremaneira a colheita e análise de provas, bem como afastaria, por ora, a coesão necessária para corroborar a tese da acusação”.