Greves: a paralisação foi aprovada pela categoria no dia 7 de fevereiro (Sindmetalsjc/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 18h55.
São Paulo - Mesmo após a retirada da PEC da reforma da Previdência da pauta da Câmara da próxima semana - medida obrigatória, após o decreto de intervenção no Rio de Janeiro -, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC decidiu manter a greve da categoria marcada para a próxima segunda-feira, 19.
A paralisação foi aprovada pela categoria no dia 7 de fevereiro, assim que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, definiu o dia 19 para o início das discussões do texto da reforma, com votação prevista a partir do dia 20.
Nesta sexta-feira, 16, porém, um assessor da Casa Civil entregou na Câmara dos Deputados a mensagem presidencial informando da publicação do decreto de intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.
Com isso, o decreto passa a tramitar oficialmente na Câmara e a PEC da reforma previdenciária precisou ser retirada da pauta. A Constituição não pode ser emendada na vigência de uma intervenção federal.
Segundo os metalúrgicos do ABC, o "risco da reforma persiste" e a mobilização se mantém, principalmente após o presidente Michel Temer afirmar que, quando a reforma da Previdência estiver pronta para ser votada no Congresso, ele pretende cessar a intervenção.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, a orientação é "para os trabalhadores não irem às fábricas na próxima segunda-feira".
"Vamos mostrar a resistência da classe trabalhadora e impedir a aprovação dessa reforma", afirmou o dirigente sindical. "Temos de dar o recado de que essa proposta não interessa aos trabalhadores e não pode ser feita por um governo sem nenhuma legitimidade. Não vamos permitir esse desmonte", acrescentou.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também emitiu uma nota mantendo a mobilização pelo País. "A nossa luta é para enterrar de vez a reforma", afirma, em nota, o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Já para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, conhecido como Juruna, a decisão do governo de intervir no Rio de Janeiro, tirando a reforma da pauta da Câmara, desmobiliza os trabalhadores. "Eu acho que (a reforma da Previdência) já era. Agora o movimento perde toda a força", afirma. "Os motoristas de ônibus e os metroviários não estão falando mais em greve", ele destaca.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, que havia aderido à greve, está reunido nesta sexta-feira, 16, para definir se a categoria vai ou não cruzar os braços na próxima segunda.