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Mesmo com recuo da Saúde, Congresso quer divulgar números da covid-19

Dados estarão disponíveis nos portais do Congresso na próxima semana. Não foi definido se as informações serão apuradas com os estados ou com o governo

Ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuelo, esclarece na Câmara dos Deputados apagão de dados da covid-19 (Adriano Machado/Reuters)

Ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuelo, esclarece na Câmara dos Deputados apagão de dados da covid-19 (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de junho de 2020 às 06h18.

Mesmo com recuo do Ministério da Saúde, o Congresso vai criar um sistema paralelo com dados da covid-19. A iniciativa foi discutida em reunião da comissão formada por deputados e senadores nesta quarta-feira, 10. A ideia é que os dados estejam disponíveis nos portais das Casas na próxima semana, mas ainda não foi decidido se as informações serão apuradas com Estados e municípios ou baseadas nos dados oficiais do governo.

O anúncio do sistema foi feito na segunda-feira, 08, pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O aval aconteceu após o Ministério da Saúde reduzir a quantidade e qualidade das dos balanços diários da pandemia. Em meio às críticas e decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo voltou a publicar dados acumulados de mortes e infectados pelo novo coronavírus nessa terça-feira, 09.

De acordo com o presidente da comissão, Confúcio Moura (DEM-RO), a organização dos dados ficará a cargo da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e do deputado General Peternelli (PSL-SP). Para ele, a falta de informações corretas sobre a doença prolonga a crise e dificulta que gestores tomem decisões. "A transparência é o caminho mais curto, é a regra. A omissão de dados que é a exceção", disse ao Broadcast Político.

O parlamentar avalia que a situação criada pela mudança na divulgação dos dados aumentou o desgaste na relação entre os Poderes. "Isso é desagradável. O governo pode entender que o ministro Alexandre de Moraes está de birra. É o chamado soma zero, ninguém ganha", afirmou. "Todo mundo perde. Não vejo graça nisso. Temos tantos problemas graves para enfrentar, entre eles a doença, e fica perdendo tempo com coisa de criança."

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