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Mesária de Curitiba é dispensada por usar camiseta "Lute como uma garota"

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) confirmou que a decisão de dispensa foi verbal, dada em "atendimento a denúncia de eleitores"

Manuela D'Ávila (Adriano Machado/Reuters)

Manuela D'Ávila (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 17h53.

Curitiba - Uma mesária voluntária de Curitiba, que atuava como presidente de mesa, foi dispensada do trabalho no período da tarde neste domingo, 28, por estar usando a camiseta com os dizeres "Lute como uma garota". O modelo é mesmo utilizado pela candidata à vice-presidente, Manuela D'Ávila (PCdoB), na chapa do presidenciável Fernando Haddad (PT).

A designer de 28 anos, Cassia Moro Bruel, contou que atuou normalmente no período da manhã como presidente de mesa em uma das seções na Escola Municipal Mirazinha Braga, no bairro Bom Retiro. "Mas, como eu estava de casaco, talvez não tenha dado para ver direito a camiseta", apontou.

Ela saiu para o almoço e, no retorno, foi abordada por uma fiscal, que pediu que ela fosse para casa trocar a camiseta. Por volta das 14h, mais um fiscal pediu que ela trocasse ou virasse o vestuário do avesso para que não aparecesse os dizeres. "Eu me neguei (a trocar a camiseta). Conheço a legislação e sei que estava no meu direito. Então me fizeram uma comunicação verbal me dispensando do trabalho, não assinei nada", contou a designer.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) confirmou que a decisão de dispensa foi verbal, dada pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, em "atendimento a denúncia de eleitores". "O fato atendeu ao dispositivo que mesário não pode usar nenhuma peça que evidencie qualquer propaganda - implícita ou explícita - para qualquer candidato ou partido. E a frase está associada a um candidato", informou a assessoria de imprensa do Tribunal.

A camiseta com os dizeres "Lute como uma garota" é produzida por uma empresa curitibana e já foi usada por Manuela D'Ávila.

A mesária se disse injustiçada com a decisão por não considerar que estava representando um partido ou candidato, mas o movimento feminista. "É um movimento que venho me engajando mais nos últimos tempos, e é um movimento suprapartidário. Essa eleição é mais polêmica dos que as outras, é um fla-flu na política. Me sinto injustiçada", declarou.

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