Brasil

Mesa da Câmara diz ao STF que não admite intervenção na Casa

Na decisão, o ministro determinava que o presidente da Câmara dos Deputados aceitasse pedido de abertura de processo de impeachment contra o vice-presidente


	Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Michel Temer: "Nunca, jamais, pode-se admitir tamanha intervenção em ato próprio de outro Poder da República"
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Michel Temer: "Nunca, jamais, pode-se admitir tamanha intervenção em ato próprio de outro Poder da República" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2016 às 15h44.

Em manifestação enviada hoje (4) ao ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados diz que não aceita intervenção na Casa.

Na petição, o advogado que representa a Mesa rebateu os argumentos do ministro em uma minuta de voto divulgada por engano na sexta-feira (1º).

"Nunca, jamais, pode-se admitir tamanha intervenção em ato próprio de outro Poder da República, a ponto de autorizar a substituição da competência do órgão legislativo por decisão judicial", afirmou o advogado Renato Oliveira Ramos.

Na decisão, que não chegou a ser publicada, o ministro determinava que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitasse pedido de abertura de processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer.

No texto, Marco Aurélio aceitou liminar em mandado de segurança impetrado pelo advogado Mariel Marley Marra, de Minas Gerais, que entrou com o mesmo pedido na Câmara dos Deputados, mas foi rejeitado por Cunha.

Na petição, a Mesa justificou a decisão de Cunha, que negou seguimento ao pedido de abertura de processo de impeachment contra Temer.

Para a Câmara, além de tratar-se de um pedido genérico, o vice-presidente não pode responder por crise de responsabilidade porque assume eventualmente a Presidência da República.

Assim como a presidenta Dilma Rousseff, Temer é acusado de assinar decretos sem previsão orçamentária. Ambos afirmam que não houve irregularidade nos decretos.

"Assim, ao menos em tese, conjugando todas essas questões, pode-se concluir que o vice-presidente da República só responde por crime de responsabilidade mediante autorização da Câmara dos Deputados, em processo de impeachment propriamente dito, ou quando estiver no exercício da Presidência de forma efetiva, não eventual, ou quando o suposto crime cometido for conexo com o do presidente da República", argumenta a defesa.

Marco Aurélio explicou que, no voto divulgado, não chegou a dizer que não analisou a conduta do vice-presidente. Uma decisão definitiva do ministro está prevista para hoje.

Acompanhe tudo sobre:PolíticosPolíticos brasileirosPolítica no BrasilImpeachmentMichel TemerMDB – Movimento Democrático BrasileiroCâmara dos DeputadosSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Formação de ciclone na Argentina provoca alertas de chuvas em estados de três regiões do Brasil

Disputa de 2026 será por 10% do eleitorado desinteressado que busca pelo novo, diz CEO da AtlasIntel

Crise das bebidas com metanol: Procon fiscaliza mais de de mil bares de SP em uma noite

Lula viaja para Roma neste sábado e se encontrará com papa Leão XIV