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Merkel amplia domínio como governante imune a crises

Chanceler da Alemanha conseguiu a reeleição em 2013 para seu terceiro mandato após atingir a maioria absoluta no pleito geral de setembro

Chanceler alemã, Angela Merkel, faz discurso ao Parlamento em Berlim (Tobias Schwarz/Reuters)

Chanceler alemã, Angela Merkel, faz discurso ao Parlamento em Berlim (Tobias Schwarz/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 21h23.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, conseguiu a reeleição em 2013 para seu terceiro mandato após atingir a maioria absoluta no pleito geral de setembro, e fechou o ano preparada para perpetuar seu domínio tanto internamente quando em escala global, aparentemente imune a crises.

Merkel e o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, defensor ferrenho da austeridade, continuarão a ser - possivelmente até 2017 - os rostos de uma fortaleza alemã que é interpretada em algumas vezes como motor e em outras como freio na União Europeia (UE).

Com 59 anos, e desde 2005 à frente da primeira economia europeia, Merkel obteve em 22 de setembro 41,5% de votos, o melhor resultado em décadas para a União Democrata-Cristã e sua aliada a União Social-Cristã da Baviera (CDU/CSU), o que não a impediu de se ver forçada a formar uma grande coalizão.

A chanceler e candidata única da CDU/CSU tinha encarado a campanha eleitoral marcada pelo escândalo de ciberespionagem dos Estados Unidos, incluindo em seu próprio telefone celular, como se concluiu do vazamento de documentos secretos procedentes do ex-analista de inteligência da NSA Edward Snowden.

Berlim reagiu mostrando surpresa com o grande parceiro transatlântico e a suposta "traição" do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mas também com respostas contraditórias às suspeitas de conivência entre os serviços de espionagem recíprocos.

Para Merkel não causaram danos nem o escândalo contínuo em torno dos documentos de Snowden, nem as estatísticas que apontam para uma alarmante precariedade laboral e social na Alemanha.

A chanceler conquistou a reeleição em meio à euforia conservadora, por isso parecia que teria maioria absoluta em um país onde a escala federal sempre governou em coalizão, mas faltaram poucas cadeiras para conseguí-la. Já seus aliados tradicionais, os liberais, ficaram de fora do Parlamento.


Foi aberta, assim, a trabalhosa busca de um novo parceiro entre duas opções: o Partido Verde ou o Partido Social-Democrata (SPD).

Contra o primeiro pesava as distâncias programáticas. Já contra o segundo, o temor era a reedição de uma aliança como a do primeiro mandato de Merkel.

Os social-democratas optaram por consultar as bases - 474 mil filiados - sobre um pacto de governo em busca de um equilíbrio convincente para todos.

O resultado foi um acordo com selo social-democrata que incluiu a implantação de um salário mínimo interprofissional e a abertura para a dupla nacionalidade de filhos de imigrantes.

A negociação foi trabalhosa, mas a recompensa para Merkel foi uma posse com uma maioria mais que volumosa no Bundestag (Parlamento federal) e uma oposição reduzida a 127 cadeiras - do total de 631 da Câmera dos Deputados.

Merkel, filha de um pastor protestante crescida em território comunista e que em 2005 chegou ao governo como uma desconhecida em escala internacional, renovou sua condição de líder imbatível em meio a uma crise que derrubou vários de seus colegas governantes na União Europeia (UE).

Schäuble, na década de 90 apadrinhado do patriarca da CDU, Helmut Kohl, se revelou como homem firme ao lado da chanceler, que pratica e predica a austeridade nos âmbitos público e privado.

Juntos, continuarão como um binômio aparentemente invencível, escorado na popularidade de Merkel e no espírito de superação e sacrifício com o qual o ministro se identifica - está na cadeira de rodas desde 1991, quando levou dois tiros em um comício.

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