Brasil

Mercosul aprofundará integração em cúpula que marcará despedida de Lula

Entre as questões a serem discutidas, se destacam o programa de consolidação da união aduaneira, o plano estratégico de ação social e o estatuto da cidadania

A 40ª cúpula do Mercosul marcará a despedida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

A 40ª cúpula do Mercosul marcará a despedida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 06h04.

Foz do Iguaçu - O Mercado Comum do Sul (Mercosul) realizará na quinta e na sexta-feira sua 40ª cúpula, um encontro carregado de simbolismo, já que terá como sede Foz do Iguaçu, na fronteira com Argentina e Paraguai, e marcará a despedida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cúpula se celebra também três meses antes do 20º aniversário do Tratado de Assunção, que deu vida ao Mercosul, razão pela qual o Brasil, que tem a Presidência semestral do bloco, quer aproveitar a reunião para promover iniciativas que aprofundem a integração regional em todos seus aspectos, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

Entre essas iniciativas se destacam o programa de consolidação da união aduaneira, o plano estratégico de ação social e o estatuto da cidadania, que devem ser aprovados na reunião presidencial de sexta-feira.

O Governo brasileiro anunciou na terça-feira que nesta cúpula o Mercosul também votará e aprovará a criação de um cargo de alto representante, que servirá para personificar o bloco e atuar como um "catalisador" entre os membros.

Os presidentes dos quatro países que integram o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), assim como os de Bolívia e Chile, em qualidade de associados, confirmaram sua presença na cúpula, que contará ainda com os chefes de Estado de Guiana e Suriname, como convidados, segundo o ministério.

O encontro será a despedida de Lula, que passará a Presidência em 1º de janeiro para Dilma Rousseff, quem na quinta-feira participará de um jantar oferecido pelo atual presidente aos chefes de Estado que participarão da cúpula, no primeiro contato da petista com seus vizinhos sul-americanos.

Ainda na quinta-feira, Lula e outros chefes de Estado participarão do encerramento da 10ª Cúpula Social do Mercosul, que reúne movimentos sociais interessados na integração regional.

Para o Governo brasileiro, a cúpula estará carregada de simbolismo porque, além de coincidir com o fim dos oito anos do Governo Lula, ocorre em uma conjuntura propícia às economias da região e ao projeto de integração, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Esse processo de integração tomou um impulso na última cúpula, celebrada em agosto na cidade argentina de San Juan, onde foi aprovado o Código Alfandegário do Mercosul e se lançou o processo de eliminação gradual da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum.

O Brasil, que na sexta-feira cederá a Presidência semestral do bloco ao Paraguai, quer que esses avanços se somem aos projetos de integração social e cidadã que devem ser aprovados.

Nos últimos dias, o Governo paraguaio ameaçou não participar da cúpula se o Sindicato dos Trabalhadores Marítimos Unidos, da Argentina, não suspendesse o bloqueio a mercadorias paraguaias nos portos do país, mas o presidente Fernando Lugo confirmou na terça-feira que o conflito foi solucionado e que participará do encontro.

Os chefes de Estado também analisarão os avanços das negociações para um acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE) e a oferta que o Mercosul apresentará em março para tentar concluir em 2011 esse pacto que esteve bloqueado entre 2004 e este ano pelas diferenças de interesses entre os dois blocos.

A reunião presidencial será precedida nesta quinta-feira por uma do Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão de caráter político do Mercosul formado pelos ministros das Relações Exteriores e de Economia ou Fazenda, que debaterão os assuntos que serão apresentados na sexta-feira aos chefes de Estado.

Os quatro países do Mercosul formam um bloco econômico com uma população de 240 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,5 trilhões.

O Mercosul tem acordos de associação com Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Este último país está em processo de adesão plena, pendente da aprovação pelo Congresso do Paraguai.

Acompanhe tudo sobre:ComércioComércio exteriorLuiz Inácio Lula da SilvaMercosulPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP