O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (Egberto Nogueira)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Miami - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que uma combinação de políticas dos EUA, economia europeia e câmbio fixo na China levou a grandes distorções nos mercados de câmbio.
Em discurso durante a conferência Hedge Funds Latam 2010 em Miami, Meirelles afirmou que taxas de juro historicamente baixas nos EUA e o afrouxamento quantitativo adotado pelo Federal Reserve norte-americano geraram muita liquidez, enfraquecendo o dólar diante de outras moedas. Ao mesmo tempo, há um excesso de liquidez fluindo para países como o Brasil, à medida que problemas de dívida na Europa têm pressionado o euro para baixo e a China continua a controlar sua moeda.
Para o presidente do BC, essa situação se torna mais complexa quando vários países começam a tomar medidas para proteger seus próprios mercados. "Isso pode gerar distorções tremendas. Acho que isso é um problema sério", acrescentou, destacando que "todos deveriam deixar suas moedas flutuarem".
Meirelles disse ainda que o BC está tomando medidas para evitar que a liquidez financeira leve a uma alavancagem excessiva na economia brasileira e para prevenir bolhas de ativos. Além de realizar dois leilões de compra de dólares por dia, o Banco central elevou sua taxa básica de juros recentemente para 10,75%. "Isso não é necessariamente o teto", disse Meirelles, sem dar qualquer indicação sobre o prazo de possíveis novos apertos.
Sobre o recentemente lançado fundo soberano do Brasil, o presidente do Banco Central disse que sua política de investimentos ainda não foi decidida. "Houve apenas uma reunião do conselho", acrescentou.
Ele também disse que as autoridades monetárias brasileiras estão trabalhando na adoção do acordo de regulamentação financeira Basileia 3 e monitorando todos os tipos de risco de crédito no País. As informações são da Dow Jones.
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