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Mercado passa a prever inflação de 8,35% este ano

Em apenas uma semana, economistas ouvidos pelo boletim Focus, do Banco Central, reveem IPCA e passam a projetar taxa de juros na casa dos 8,25% para combater aumento de preços

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central: economistas projetam nova alta da inflação e taxa de juros para este ano (Andre Coelho/Bloomberg)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central: economistas projetam nova alta da inflação e taxa de juros para este ano (Andre Coelho/Bloomberg)

CA

Carla Aranha

Publicado em 20 de setembro de 2021 às 09h15.

Última atualização em 20 de setembro de 2021 às 09h22.

O relatório Focus divulgado nesta segunda, 20, traz uma piora geral de alguns dos principais indicadores econômicos. No intervalo de apenas uma semana, as projeções para o IPCA deste ano saíram de 8% para 8,35% -- para 2022, a expectativa agora é de uma inflação de 4,10%. A previsão anterior era de 4,03%. O aumento de preço da energia elétrica, diante da crise hídrica, e a alta das commodites no mercado internacional estão entre os fatores essenciais que respondem pela revisão das expectativas dos agentes do mercado.

Com novas projeções para a pressão inflacionária, o mercado também espera um reajuste maior da Selic. Os economistas ouvidos pelo boletim Bocus, do Banco Central, pasaram a projetar um índice 8,25%, contra 8% de uma semana atrás. No ano que vem, a taxa de juros deve subir para 8,5%, de acordo com as expectativas do mercado.

A inflação também se distancia cada vez mais da meta estabelecida pelo Banco Central, de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo, e de 3,5% para 2022. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem dito que vai fazer o que for necessário para levar a inflação para a meta.

"A piora da inflação para 2022 é o pior sinal para as expectativas de Selic", diz André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos. "Estamos falando de uma inflação no índice geral de 18,21% na mediana dos economistas para este ano. Só podemos imaginar o impacto disso no ano que vem e não deve ser pouco".

Em dois dias, na Super Quarta, 22, o Copom deve anunciar uma elevação da taxa de juros básicas, que deve passar de 5,25% a 6,25% ao ano. No mesmo dia, o Federal Reserve divulga sua decisão de política monetária. A expectativa é que seja dado sinal verde para o início do processo de redução da compra de ativos. "Com isso, o dólar deve sofrer uma pressão maior", diz Perfeito.

 

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