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Mercadante seguirá à frente da Casa Civil, dizem fontes

O ministro-chefe da Casa Civil permanecerá no cargo, segundo fontes, após especulações de que deixaria o posto


	Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 21h35.

Brasília - O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, já foi informado pela presidente da República, Dilma Rousseff, que será mantido no cargo, mesmo depois da reforma administrativa a ser anunciada na semana que vem, informaram à Reuters duas fontes do Palácio do Planalto.

No novo desenho da articulação política, Mercadante fica onde está, mas deverá exercer menos influência na relação com a base parlamentar.

"Eu perguntei à presidente e ela me confirmou que o ministro (Mercadante) fica" disse uma das fontes que pediu anonimato.

O desenho final da reforma administrativa – que deverá extinguir 10 ministério, unir outros órgãos administrativos e cortar cerca de 4 mil cargos em comissão – será finalizado pela presidente neste final de semana.

Por enquanto está garantida apenas a fusão da Secretaria-Geral da Presidência, que hoje faz a relação do governo com os movimentos sociais, e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela relação com o Congresso, disse a outra fonte próxima à presidente.

A partir da reforma, quem comandará a super secretaria será o atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, com o apoio do assessor especial da Presidência Giles Azevedo, que deverá ser secretário-executivo da pasta, disseram as fontes.

Os movimentos sociais, no entanto, não ficarão mais a cargo da Secretaria-Geral, hoje nas mãos de Miguel Rosseto, mas ainda não está definida qual pasta passará a fazer essa interlocução.

A avaliação é que um único ministério, mesmo com uma estrutura maior, não terá condições de dar conta das duas responsabilidades.

A mudança na interlocução política é uma das exigências da base e, com a desistência de Michel Temer, a presidente avaliou que era a hora certa para fazer a mudança – especialmente em um momento em que a base de apoio no Congresso representa menos da metade dos parlamentares.

A substituição de Mercadante estava sendo vista como uma das mais prováveis mudanças a serem feitas na reforma.

O ministro, bastante próximo à presidente, é apontado como fonte de atrito entre o governo e sua base aliada. Sua saída foi cobrada por parlamentares, por governadores e era um dos pedidos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na última quinta-feira, no entanto, Dilma convenceu seu antecessor que a saída de Mercadante criaria ainda mais problemas e, na manhã desta sexta-feira, o ministro teve um encontro privado com Lula, quando conversaram sobre sua permanência, conforme confirmou à Reuters uma das fontes palacianas.

Na conversa, ficou acertado que Mercadante tentaria interferir o menos possível na relação com o Congresso. Auxiliares próximos ao ministro, no entanto, explicam que as nomeações precisam passar pela Casa Civil e Mercadante continuará funcionando como “escudo” para Dilma e levando a culpa por desagrados da base aliada.

Texto atualizado às 21h35

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