Brasil

Mercadante defende regulamentação de conselhos

Mercadante convocou coletiva com a imprensa para defender o decreto, alvo de críticas de parlamentares da base dilmista e da oposição


	Mercadante: ele defendeu conselhos para modernizar debate da sociedade com governo em tempos de internet
 (Elza Fiúza / Agência Brasil/Agência Brasil)

Mercadante: ele defendeu conselhos para modernizar debate da sociedade com governo em tempos de internet (Elza Fiúza / Agência Brasil/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 17h28.

Brasília - O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira que o decreto da presidente Dilma Rousseff regulamentando os conselhos sociais não cria novos grupos de discussão além dos 30 que já funcionam na esfera da administração federal - entre eles, o Conselho Nacional de Educação, do Ministério da Educação.

Mercadante convocou coletiva com a imprensa para defender o decreto, alvo de críticas de parlamentares da base dilmista e da oposição.

"A separação e independência dos poderes são cláusulas pétreas da democracia na Constituição brasileira. O que estamos fazendo não interfere nas prerrogativas do legislativo que são intocáveis para o nosso governo, para a Constituição e a democracia brasileira, o que estamos buscando construir é um estímulo de novos canais para a participação cidadã. Precisamos fomentar essa cultura", afirmou.

O decreto de Dilma determina que órgãos das administrações direta e indireta do governo federal criem conselhos deliberativos nos quais a sociedade civil opinaria sobre programas, políticas e iniciativas oficiais.

Os críticos da medida dizem que ela abre espaço para a criação de um poder paralelo dentro da máquina pública a partir do aparelhamento dos conselhos por movimentos sociais.

Parlamentares se posicionaram contra o decreto, o que levou à obstrução da pauta da Câmara por cinco partidos ontem (DEM, PSDB, PSD, SDD e PPS).

A única sessão deliberativa da Casa nesta semana ficou, assim, suspensa. Os deputados pediam um projeto de lei em substituição ao decreto.

Mercadante disse que a proposta do governo é "aprofundar a reflexão" sobre o decreto, que não viola o princípio da "democracia como valor universal" nem atropela os Poderes.

Ele defendeu os conselhos para modernizar o debate da sociedade com o governo em tempos de internet.

"Estamos buscando aprimorar a participação social. Essa nova geração que está chegando é digital, a nossa geração é analógica, e o Estado não pode ser cartorial. Esse decreto visa utilizar a internet, as redes sociais, para consultas públicas", disse.

Ele listou a criação das leis Maria da Penha e Ficha Limpa como exemplos positivos da participação da sociedade.

De acordo com Mercadante, o objetivo da administração federal é melhorar os canais de comunicação com o cidadão na elaboração de políticas públicas e licitações, entre outros pontos.

Mercadante rebateu a crítica de que o decreto é uma tentativa do Executivo federal de interferir em outros Poderes.

"A participação do Estado não se encerra na eleição e no governo, precisa ser fomentada uma participação não partidária, que melhora a qualidade da democracia. O que estamos fazendo não concorre nem diminui as prerrogativas de Poderes", disse.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilAloizio MercadanteGoverno

Mais de Brasil

Metrô do Rio inicia instalação de biometria facial contra fraudes

Dino exige aos Três Poderes campanha sobre transparência de emendas

CNH sem autoescola: quando a medida deve entrar em vigor?

'Taxa das blusinhas': número de consumidores que deixaram de fazer compras salta 192%