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Mensalão: ex-diretora da SMP&B deveria atuar como testemunha

Defensor de Simone Vasconcelos diz que a ré, que responde por cinco crimes, deveria figurar apenas como testemunha

Sede do STF, em Brasília, onde acontece o julgamento do Mensalão: defensor de Simone Vasconcelos diz que sua cliente deveria figurar apenas como testemunha (Wikimedia Commons)

Sede do STF, em Brasília, onde acontece o julgamento do Mensalão: defensor de Simone Vasconcelos diz que sua cliente deveria figurar apenas como testemunha (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2012 às 16h59.

Brasília – O advogado Leonardo Yarochewsky, defensor da ex-diretora financeira da empresa de publicidade SMP&B Simone Vasconcelos, que está na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) fazendo a sustentação oral da defesa de sua cliente no julgamento do mensalão, defendeu que ela figurasse apenas como testemunha no processo. Os advogados têm até uma hora para defender seus clientes.

Simone Vasconcelos responde por cinco crimes: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas e corrupção ativa. Somados os crimes, a pena máxima pode chegar a 327 anos. A SMP&B era a empresa de Marcos Valério que tomava os empréstimos para repassar os recursos aos parlamentares, com o objetivo de que eles votassem em projetos de interesse do governo no Congresso Nacional.

Na acusação apresentada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, as funcionárias de Marcos Valério, Geiza Dias e Simone Vasconcelos, realizavam saques e faziam a entrega do dinheiro ilícito aos parlamentares. A denúncia aponta ainda que eram elas que repassavam ao Banco Rural o nome das pessoas que deveriam ser beneficiadas por repasses de verbas que alimentavam o esquema ilícito de compra de votos.

"Simone Vasconcelos deveria figurar como testemunha deste processo porque o depoimento dela foi citado, quando do oferecimento da denúncia, por oito vezes. Nas alegações finais, por 11 vezes a acusação faz referência a Simone Vasconcelos. Isto porque muito do que o acusador estatal [o procurador-geral] sustenta é baseado nas palavras de Simone, que, em todo momento que foi ouvida, traz a mesma versão, com transparência e integridade”, alega Leonardo.

Ele disse ainda que sua cliente, em momento algum, negou que entregou várias quantias de dinheiro para parlamentares a mando de Marcos Valério. “Ela não sabia quem eram esses parlamentares.”

Logo mais, apresentam as defesas de seus clientes os advogados de Geiza Dias dos Santos, ex-gerente financeira da SMP&B, e Kátia Rabello, ex-presidenta do Banco Rural. Esta etapa do julgamento começou ontem (6), com a exposição dos defensores de José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério e Ramon Hollerbach. A previsão é que se estenda até o dia 14 de agosto, quando começa a votação dos ministros do STF.

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