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Membro do alto escalão do PCC é morto na prisão em SP

Um dos maiores líderes e financiadores dessa facção criminosa, Biroska era responsável pelo tráfico de drogas em Diadema, no ABC Paulista

PCC: dois homens participaram do ataque a Biroska (Reprodução/Reuters)

PCC: dois homens participaram do ataque a Biroska (Reprodução/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 17h57.

Última atualização em 5 de dezembro de 2017 às 17h59.

São Paulo - O traficante de drogas Edilson Borges Nogueira, o Biroska, de 44 anos, foi assassinado a facadas nesta terça-feira, 5, durante o banho de sol na Penitenciária 2 (P2) de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde estão detidos a maioria dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Um dos maiores líderes e financiadores dessa facção criminosa, Biroska era responsável pelo tráfico de drogas em Diadema, no ABC Paulista, e pertencera à cúpula do crime organizado.

Seu assassinato acontece em meio à revelação feita pelo procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino de que o líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria sido informante da polícia, entregando antigos líderes da facção para assumir o poder.

Dois homens participaram do ataque a Biroska. Seriam os presos Danilo Antonio Cirino Felix, de 29, e Gilberto Souza Barbosa Silva, o Caveira, de 46. De acordo com os agentes penitenciários, Felix segurou a vítima pelo pescoço enquanto Caveira o golpeava com um estilete. Quando eles intervieram, já era tarde.

Para investigadores que acompanham o caso, Biroska jamais seria assassinado na P2 de Presidente Venceslau sem ordem de cima, da cúpula da facção. O bandido estava preso havia 12 anos. Depois de dominar o tráfico de drogas na região de Diadema e expandir seus negócios para a zona sul de São Paulo, Biroska passou a atuar no transporte de drogas para São Paulo. Acabou preso.

Na prisão, ele se uniu ao PCC, participando durante dez anos da chamada Sintonia Final Geral, a cúpula da organização criminosa. Por isso, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual em 2013 por organização criminosa. Durante as investigações, 47 fuzis, 64 veículos, 4,7 toneladas de drogas e mais de R$ 1,1 milhão foram apreendidos.

"Esse colegiado de líderes que integram a cúpula da facção dita a 'palavra final' do PCC, ou seja, todos os setores da empresa criminosa são subordinados a eles, nada acontece na rua ou no sistema penitenciário, sem que os referidos líderes tenham avalizado", afirma a denúncia do promotoria.

Foi Biroska um dos traficantes que participaram em outubro de 2010 dos contatos entre a cúpula do PCC com a Amigos dos Amigos (ADA), a facção criminosa fluminense chefiada por Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, então líder do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro.

Durante esses anos, o negócio das drogas na região dominada por Biroska era um negócio pessoal do traficante, que ao lado de Marco Paulo Nunes da Silva, o Vietnã, tornou-se um dos grandes financiadores da facção.

As coisas começaram a mudar para Biroska dentro da facção depois de uma briga entre mulheres. De acordo com investigadores, Biroska foi afastado da cúpula porque sua mulher teria se desentendido com outra mulher de um detento do grupo - seu caso seria decidido por Marcola assim que ele deixasse o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no próximo dia 8, onde foi internado no ano passado. Recentemente, a cúpula da facção soltou um comunicado em apoio a Marcola contra as revelações feitas pelo livro do procurador.

Em liberdade, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, outro integrante da cúpula, assumiu o comando da facção nas ruas. Gegê primeiro teria assumido o controle do tráfico na fronteira com o Paraguai e, agora, estaria refugiado na Bolívia, de onde comandaria os negócios.

Com a morte de Biroska, os investigadores consideram que Gegê deve assumir também o tráfico na zona sul e na região de Diadema, consolidando seu poder no grupo.

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