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MELHORES E MAIORES 50 anos: o Brasil sob a ameaça do “apagão”

Terceiro milênio chega junto com crise energética no país, provocada pela estiagem severa e falta de planejamento do governo

CNS: a siderúrgica, fundada por Getúlio Vargas em 1941 e privatizada em 1993 (Douglas Engle/Bloomberg)

CNS: a siderúrgica, fundada por Getúlio Vargas em 1941 e privatizada em 1993 (Douglas Engle/Bloomberg)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 2 de agosto de 2023 às 11h56.

Última atualização em 15 de agosto de 2023 às 15h37.

O Brasil entrou no terceiro milênio com a ameaça de ficar no escuro. Em 2001, a população conviveu com o fantasma do “apagão”. A crise energética provocada por uma estiagem severa e a falta de planejamento e investimentos ao longo das décadas, que deixaram o Brasil muito dependente das hidrelétricas, obrigaram o governo federal a adotar o racionamento de energia elétrica no país, entre junho de 2001 e março de 2002.

A meta era economizar pelo menos 20% para evitar o colapso no abastecimento, o que obrigou todo o setor produtivo e a população a adotar novos hábitos. Lâmpadas econômicas tiveram um “boom” de vendas e deixar todas as luzes acesas em casa era sinal de ostentação – sujeito à multa e cortes. Uma das lições do “apagão” foi acelerar e aprimorar o programa emergencial de acionamento de termelétricas em situações semelhantes.

Os efeitos do “apagão” foram sentidos na economia nacional, que freou com a falta de energia e cresceu apenas 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), ante os mais de 4% registrados em anos anteriores. Em junho, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, anunciou um pacote de medidas para tentar aquecer a economia, como intervenção temporária no mercado do dólar e empréstimos internacionais junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Por outro lado, no primeiro semestre daquele ano, o Ministério da Saúde propôs à comunidade internacional a quebra de patentes para remédios contra a Aids, para oferecer medicamentos mais baratos à população. A medida teve forte reação dos Estados Unidos, que levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), mas depois recuou e o Brasil saiu vencedor, em um fato considerado histórico.

Em 2001, a grande vencedora do MELHORES E MAIORES foi a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A siderúrgica, fundada por Getúlio Vargas em 1941 e privatizada em 1993, alcançou o topo do ranking após os bons resultados obtidos no período. Naquele ano, a CSN dava início à internacionalização de suas operações, com a constituição da CSN LLC, nos Estados Unidos, e a incorporação da Lusosider, em Portugal.

A internet avançava cada vez mais e se tornava parte do cotidiano dos brasileiros. Um dos símbolos dessa transição digital foi a disponibilização da edição portuguesa da Wikipedia, a enciclopédia digital e interativa. Mas os meios de comunicação tradicionais continuavam reinando nos lares brasileiros. Em agosto, por exemplo, o Brasil parou diante das televisões com o sequestro de Patrícia Abravanel, filha do apresentador Sílvio Santos, em São Paulo.

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