Brasil

Melhor argumento contra Cunha veio de esposa, diz relator

Marcos Rogério acrescenta: “Para quem tinha dúvidas, o depoimento dela é esclarecedor. Só não vê quem não quer”


	Eduardo Cunha e sua esposa, Cláudia Cruz: para Marcos Rogério, o depoimento de Cláudia é mais uma prova do que está no relatório
 (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/Reprodução)

Eduardo Cunha e sua esposa, Cláudia Cruz: para Marcos Rogério, o depoimento de Cláudia é mais uma prova do que está no relatório (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 12h41.

“Se alguém ainda precisava de mais alguma prova de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem contas no exterior, não precisa mais. A esposa dele, Cláudia Cruz, deixou claro que ele opera sim contas na Suíça. O melhor argumento contra ele veio da esposa dele”, crava ao HuffPost Brasil o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), autor do relatório que pede a cassação do peemedebista por quebra de decoro parlamentar.

Cunha negou, em depoimento no CPI da Petrobras, ter contas no exterior. Mentir no colegiado é uma afronta ao código de ética parlamentar, passível de punição com a perda do mandato.

Ele diz ser “beneficiário” de trustes, que são entes que administram dinheiro de terceiro.

Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, que coordena as investigações da Operação Lava Jato, a esposa de Cunha e a filha, Danielle, afirmaram que era o parlamentar quem movimentava os recursos no exterior, que elas não sabem a origem do dinheiro e que era ele quem autorizava as compras de luxo.

Para Marcos Rogério, o depoimento de Cláudia é mais uma prova do que está no relatório.

“Ela confirma que a conta, embora esteja no nome dela, é ele quem movimenta. Ela dá informações que desmontam a tese da defesa dele. O dinheiro que abastecia a conta dela, a Kopek, saia da Netherton, que ele chama de trust e é dele. Isso está no relatório. São muitas evidências para negar os fatos.”

 

Marcos Rogério acrescenta: “Para quem tinha dúvidas, o depoimento dela é esclarecedor. Só não vê quem não quer.”

Ainda assim, o deputado demonstra incerteza quanto a possibilidade de o relatório ser aprovado na comissão.

“O julgamento é muito político. Se for apenas pelas provas, elas estão todas no relatório. Não há dúvidas. É óbvio.”

 

O placar pela aprovação do texto, entretanto, está bastante dividido. Os aliados do parlamentar trabalham para conquistar o único voto indefinido e decisivo no conselho, o da deputada Tia Eron (PRB-BA).

Acompanhe tudo sobre:Eduardo CunhaEuropaOperação Lava JatoPaíses ricosSuíça

Mais de Brasil

Donald Trump mira e a 25 de Março reage: como comerciantes avaliam investigação dos EUA

Bolsonaro será preso? Entenda os próximos passos do processo no STF

Eduardo Bolsonaro celebra decisão do governo Trump de proibir entrada de Moraes nos EUA

Operação da PF contra Bolsonaro traz preocupação sobre negociação entre Brasil e EUA, diz pesquisa