Temer e Meirelles: presidente e ministro vão juntos à Vitória (ES) (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de março de 2018 às 16h29.
Recife - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que definirá durante viagem que fará com o presidente Michel Temer à Vitória nesta quinta-feira, 29, qual será a melhor composição do MDB para concorrer à Presidência da República em outubro. Ele, que ontem anunciou pela sua conta no Twitter que decidira se filiar ao MDB, afirmou na tarde desta quarta-feira, 28, que todo o processo de filiação será feito na próxima terça-feira, 3 de abril.
Atualmente o ministro está filiado do PSD, partido presidido por Gilberto Kassab, atual ministro de Ciência e Tecnologia e virtual candidato a vice-governador de São Paulo na chapa do prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB-SP).
Meirelles participou nesta quarta-feira de almoço promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) Pernambuco, no Recife, capital do Estado.
Meirelles voltou a afirmar que não decidiu ainda se será mesmo candidato ou se permanecerá à frente da Fazenda até final do ano. Disse que vai continuar a analisar no fim de semana os dados que estão chegando para ele de uma pesquisa qualitativa encomendada por sua equipe.
"Tem chegado dados interessantes. Queremos saber o que a população espera de um presidente da República", disse o ministro.
Se não decidiu se será ou não candidato, fato é que o ministro parece estar adequando seu discurso para uma linguagem mais acessível ao entendimento das pessoas menos familiarizadas com números e com o "economês".
Hoje, em palestra que fez para os convidados do Lide, Meirelles repetiu uma apresentação que já tem feito há algum tempo, mas reduziu a quantidade de números que a peça contém. O ministro optou por uma palestra mais qualitativa.
Embora Meirelles tente o tempo todo desvincular sua presença aos eventos a uma eventual candidatura à Presidência da República, as conversas e as perguntas acabam por girar em torno da sua candidatura.
Na sessão de perguntas e respostas do evento, Meirelles foi enxovalhado de perguntas sobre o que ele faria em relação a alguns temas como presidente da República.
Desde questões tributárias à questões relacionadas à Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) após privatização da Eletrobrás, o ministro teve que responder sob a perspectiva do que faria como presidente da República.
Meirelles recebeu manifestações de apoio à sua candidatura de vários líderes empresariais e do judiciário de Pernambuco durante o almoço.
Da sua parte Meirelles usou os 45 minutos que lhe foram concedidos para falar durante o almoço para destacar as mudanças pelas quais o Brasil e sua economia passaram desde que o presidente Temer assumiu a Presidência da República e nomeou a atual equipe econômica de "dream team". Ele citou a introdução do teto dos gastos, a retomada do crescimento e as quedas da inflação e da taxa básica juros.