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Meirelles precisa se mexer para estar à frente, diz líder do PSD

Neto disse que Meirelles e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terão de "se mexer" para alcançar Alckmin

Meirelles: "O Geraldo Alckmin, sem dúvida, larga na frente, porque tem uma projeção mais sólida", disse o deputado (Timothy Fadek/Bloomberg)

Meirelles: "O Geraldo Alckmin, sem dúvida, larga na frente, porque tem uma projeção mais sólida", disse o deputado (Timothy Fadek/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 16h10.

Brasília - Novo líder na Câmara do PSD, partido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o deputado Domingos Neto (PSD-CE) avalia que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) "larga na frente" na corrida presidencial em relação aos demais pré-candidatos de centro-direita.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Neto disse que Meirelles e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terão de "se mexer" para alcançar Alckmin e consolidar suas respectivas candidaturas.

"O Geraldo Alckmin, sem dúvida, larga na frente, porque tem uma projeção mais sólida. Você consegue enxergar na candidatura dele uma solidez, que vai desde o partido, um dos maiores do País, que tem vários governadores e deputados. Ele já tem uma estrutura", disse Neto. "Dos três (Maia, Meirelles, Alckmin), (o governador paulista) é o que tem uma candidatura mais consolidada. Os outros vão ter que se mexer para consolidar suas candidaturas", reforçou.

O líder do PSD ressaltou que o ministro da Fazenda, que diz que só decidirá sobre candidatura em março, é preparado para ser presidente do Brasil, mas precisa de apoio político para se viabilizar. "O ministro Henrique Meirelles possui todas as qualificações que o credenciam como um candidato preparado para a gestão do nosso País. (...) Agora, ser preparado e não ter nenhum apoio político não vai para frente. Ele precisa se mexer, se deseja estar à frente", declarou.

Neto disse que Meirelles precisa mudar seu perfil e conversar mais com a própria bancada e com outros partidos, se quiser se viabilizar. O líder admite que há um "distanciamento" do ministro em relação aos deputados do PSD. "Ele precisa, sim, saber que, se quer ser candidato, todo candidato é político. Pode ser executivo até a hora em que ele não seja candidato ou pré-candidato", afirmou. "Não existe candidato que não se elege sem pedir votos. E para pedir voto, tem que ser político".

Para o líder do PSD, a "grande desvantagem" de Meirelles é o "grande trunfo" de Maia. Ele ressaltou que o presidente da Câmara tem a seu favor pelo menos dois fatores que favorecem a candidatura dele à Presidência: a boa relação política dentro e fora da Casa e incertezas em alguns partidos do Centrão em relação a quem serão os candidatos e "aonde vai chegar a Lava Jato". "Rodrigo está percebendo esse momento e pode ser um nome a representar esse segmento", disse.

Previdência

O parlamentar cearense afirmou também que, após as mudanças no texto e propaganda na mídia, o apoio à reforma da Previdência cresceu entre os deputados. Segundo ele, hoje 2/3 da bancada do PSD - a quarta maior da base aliada, com 38 deputados - devem votar pela aprovação das mudanças nas regras de aposentadoria. Até então, a bancada estava dividida. Apesar do apoio, Neto considerou "arriscado" apostar que a reforma será votada na Casa até março, como quer o governo.

Ele avaliou que, na Câmara, há um "consenso" de que "uma reforma" da Previdência é necessária e que a grande discussão é "qual vai ser a reforma". Segundo ele, é "notório" o crescimento do apoio à reforma, mas ainda não é possível garantir que a proposta será votada até março. "Sinto que esse ano será votado com certeza. Agora, dizer que vota em fevereiro ou março, ainda é uma aposta arriscada", disse. Para ele, se a matéria for votada após as eleições, a reforma pode ter abrangência maior.

O líder avaliou ainda que, hoje, a falta de uma sinalização forte do Senado de que votará a matéria diminui o apoio à reforma entre os deputados. "O Senado não nos dá segurança que aprovaria. Isso dificulta a aprovação, porque aqueles que não querem ter o ônus dessa votação tão polêmica em ano eleitoral, se têm a convicção de que o Senado não vota, por que votariam também?", afirmou.

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