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Meirelles confirma que deixará o Banco Central

De acordo com Henrique Meirelles, a saída foi acertada com a presidente eleita Dilma Rousseff

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não vai permanecer no comando (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não vai permanecer no comando (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 09h54.

Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou hoje que deixará o cargo. "Acredito que um profissional deve iniciar e concluir sua missão na hora certa", disse, durante entrevista à imprensa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Meirelles lembrou que regras prudenciais aconselham que um presidente do BC não fique mais do que dois mandatos à frente da autoridade monetária, o que, no Brasil, coincide com o mandato do presidente da República. "É o momento adequado para encerrar a missão."

Meirelles salientou que o Brasil é um País que tem respeitabilidade internacional, bem como o BC, que tem o respeito dos órgãos internacionais. "Isso (a saída do BC) não é algo para ser anunciado em momento inadequado, gerando incertezas e custos desnecessários ao País", alegou. "É uma decisão pessoal minha. Estou feliz, gratificado. Tenho recebido enormes manifestações de carinho dentro e fora do BC, nas ruas, no exterior", enumerou. 

O presidente acredita que o BC conclua agora mais esse ciclo, com sua saída, um ciclo que conceituou como de "sucesso". Segundo ele, a saída foi acertada com a presidente eleita Dilma Rousseff. "Já conversamos longamente", afirmou, sem, no entanto, dizer se a conversa foi ontem ou hoje. Meirelles disse ainda que o anúncio da nova equipe será feito pela nova presidente da República mais tarde e que não seria elegante de sua parte dar pistas a respeito de seu substituto.

Carreira

Meirelles avaliou que as recentes decisões tomadas durante sua carreira, numa dualidade entre política e economia, foram acertadas. Ele salientou que, quando tomou a decisão de reiniciar sua curta carreira política, que durou apenas seis meses, antes de ficar à frente da autoridade monetária, se tratou de uma opção consciente. "Também em março de 2010, decidi permanecer no BC de forma consciente para concluir a missão, analisou.

Aquele não era o momento certo para concluir a missão, na avaliação de Meirelles, porque a economia não demonstrou uma recuperação tão rápida quanto a se esperava depois dos impactos da crise financeira internacional. "Fatos posteriores me comprovaram que, infelizmente, não era mesmo o momento certo", resumiu, citando como exemplos a crise na Europa, a possibilidade de duplo mergulho da economia mundial e problemas de evolução de preço de alimentos e de algumas commodities mais recentemente. "Além do mercado financeiro. A decisão de ter ficado mostrou-se adequada."

Sobre seus próximos passos, Meirelles foi lacônico: "Aí sim vamos pensar no futuro e em outras alternativas". Ele contou que seu pai tomou a decisão de se aposentar aos 90 anos de idade e, meses depois, avaliou que foi uma ação precipitada.

Nova equipe

Meirelles informou ainda que o anúncio a ser feito da nova equipe econômica será de três nomes. Ele, no entanto, não quis dar detalhes sobre as indicações que serão feitas pela presidente eleita Dilma Rousseff. "Não há nenhuma indicação oficial de escolha dos três nomes. Não posso comentar", ponderou ressaltando que qualquer comentário seria inadequado. "Eu não sou de tomar esse tipo de atitude", completou.

Meirelles disse que não vai deixar o Banco Central antes do dia 31 de dezembro. Questionado se estava triste em deixar o BC, Meirelles foi enfático: "Estou feliz, gratificado e realizado".

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