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Meirelles: Aliança só é possível se PSDB aceitar candidatura a vice

Ex-ministro disse que não há "negociação" com o partido, mas que há "conversas" entre Temer e Alckmin após ex-governador paulista ter procurado presidente

Henrique Meirelles: ex-ministro disse que vai "ajudar o partido em qualquer circunstância", mas que não acredita que MDB abrirá mão da cabeça de chapa (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: ex-ministro disse que vai "ajudar o partido em qualquer circunstância", mas que não acredita que MDB abrirá mão da cabeça de chapa (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de maio de 2018 às 15h29.

São Paulo - Enquanto o presidente Michel Temer negocia uma aproximação com o PSDB para as eleições de outubro, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse nesta quarta-feira, 9, que uma aliança com os tucanos só é possível se o partido do ex-governador Geraldo Alckmin aceitar a vaga de vice em uma chapa encabeçada pelo MDB.

Durante debate no Insper, em São Paulo, Meirelles afastou a possibilidade de abrir mão de sua pré-candidatura para ser vice em outra chapa e afirmou que não acredita em "acordo de bastidor".

Após o evento, em conversa com jornalistas, o ex-ministro disse que não há uma "negociação" com o PSDB, mas que há "conversas" entre Temer e Alckmin após o ex-governador paulista ter procurado o presidente.

"Se é possível fazer imediatamente uma aliança com o PSDB? Certamente, não há dúvida, desde que o PSDB aceite uma candidatura à Vice-Presidência", declarou.

Questionado sobre a possibilidade de seu partido fechar um acordo com o PSDB, Meirelles afirmou que vai "ajudar o partido em qualquer circunstância", mas que não acredita que o MDB abrirá mão da cabeça de chapa.

"Não há razão para uma posição secundária." Ele classificou o diálogo entre as duas legendas como "uma coisa maior, mais abrangente" e não como uma negociação para coligação.

Em sua palestra, Meirelles afirmou que inflação e emprego serão os dois principais temas de uma plataforma eleitoral. Para ele, só com geração de emprego e renda e inflação controlada é possível assegurar recursos para educação, saúde e segurança pública.

O ex-ministro defendeu a necessidade da reforma da Previdência, que o governo não conseguiu aprovar no Congresso. Diferente do que vem dizendo Michel Temer ao falar na possibilidade de a intervenção federal no Rio de Janeiro cessar e votar a proposta ainda este ano, Meirelles citou que a medida, com outras reformas necessárias, ficou para o próximo presidente.

"Evidentemente, isso não será feito este ano, ano eleitoral. Será feito certamente ano que vem, o que compete à liderança do próximo presidente."

Acompanhado pela economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Letif, que disse que sem uma agenda de disciplina fiscal o próximo presidente não termina o mandato, Meirelles disse acreditar que será possível mostrar os efeitos das políticas econômicas do PT e do governo Temer na campanha eleitoral.

Joaquim Barbosa

Um dia após o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB) ter anunciado que não será candidato a presidente, Meirelles afirmou que tem "muitas similaridades" com a história do jurista e que acredita ser beneficiado com o espólio de dele no potencial eleitoral.

"O potencial eleitor do Joaquim não é um eleitor ideológico, como alguns candidatos da esquerda estão colocando. Não é um eleitor de esquerda, é um eleitor de todas as faixas ideológicas que olhava para ele, para o que fez como presidente do Supremo, a carreira, a pessoa que é..."

Ainda nesta quarta-feira, Meirelles conversa com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pré-candidato do MDB ao governo de São Paulo. No último sábado, 5, Skaf lançou sua pré-candidatura ao lado de Temer e Meirelles afirmando que o PSDB "já deu o que tinha que dar" no Estado.

Temer tem conversado com líderes tucanos e, nos últimos 30 dias, recebeu em encontros privados o ex-prefeito João Doria, pré-candidato à eleição estadual, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-senador José Aníbal.

Em São Paulo, o PSDB já abriu a possibilidade de uma aliança com o MDB, mas Skaf resiste em abrir mão da pré-candidatura acreditando que sua posição em pesquisas eleitorais o possibilita ser eleito.

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