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Medo do desemprego cresce entre menos escolarizados

Entre esse grupo, o Índice do Medo do Desemprego (IMD) cresceu 5,8%, passando de 69,4 pontos, em março, para 73,4 pontos em junho


	Índice: medo do desemprego cresce mais entre as pessoas que têm até a quarta série do ensino fundamental
 (foto/Getty Images)

Índice: medo do desemprego cresce mais entre as pessoas que têm até a quarta série do ensino fundamental (foto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 18h11.

Brasília - O medo do desemprego cresce mais entre as pessoas que têm até a quarta série do ensino fundamental. Entre o grupo, o Índice do Medo do Desemprego (IMD) cresceu 5,8%, passando de 69,4 pontos, em março, para 73,4 pontos em junho. Aumento superior ao índice geral, que subiu 3,4%, passando de 73,6 pontos para 76,1 pontos, de março para junho, de acordo com dados divulgados hoje (30) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na pesquisa trimestral Termômetros da Sociedade Brasileira.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas de 142 municípios, entre os dias 13 e 15 de junho. Segundo o levantamento, foi a quinta alta consecutiva do indicador. "Não é que o desemprego esteja aumentando, mas as pessoas percebem que está caindo o ritmo de contratações, que as pesquisas mostram que a indústria está tendo desempenho mais fraco, que o país não está crescendo como antes. Isso gera essa maior preocupação", analisa o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

Segundo ele, o medo maior entre as pessoas com escolaridade mais baixa é pela maior demanda por qualificação no mercado. "Com o avanço tecnológico que a gente viu nos último anos, qualquer atividade começa a demandar um nível mais qualificado. Coisa que antes se fazia com lápis e papel, vai precisar hoje de computador", diz.

No entanto, apesar de a alta ter sido maior entre as pessoas com escolaridade mais baixa, o medo do desemprego ainda é maior entre as pessoas com curso superior, e alcança 80,2 pontos. Nesse grupo, o índice de junho aumentou em relação aos 78 pontos de março. De acordo com Fonseca, isso decorre, naturalmente, do fato de esse público ter mais acesso a infomações.

O maior aumento do IMD foi registrado na faixa de renda familiar de dois a cinco salários mínimos, com o índice passando de 71,1 pontos, em março, para 77,1 em junho - um avanço de 8,4%. Entre aqueles com renda familiar de mais de dez salários mínimos o IMD caiu de 82 pontos para 77,3 pontos; e no caso dos que têm renda mais baixa, até dois salários mínimos, o receio do desemprego é ainda mais baixo: caiu de 75 pontos para 73,3 pontos.

No comparativo entre regiões, o medo do desemprego cresceu mais no Sul, onde o indicador passou de 71,3 pontos para 76,9 pontos. No entanto, continua sendo mais elevado no Norte e Centro-Oeste, onde atinge 82,4 pontos.

Mesmo com aumento do IMD, o Índice de Satisfação com a Vida (ISV) cresceu 0,9% em junho, ante março, e ficou praticamente estável quando comparado ao mesmo mês de 2013. "Esse indicador vinha crescendo desde 2004. Em 2010 foi afetado pela crise, e agora se estabilizou. Se o medo do desemprego continuar crescendo, certamente esse indicador vai começar a cair novamente", diz Fonseca.

O levantamento mostra que quanto maior o grau de instrução, maior o índice de satisfação. Entre os que têm curso superior, o índice subiu de 103,7 pontos para 104,9 pontos. Já entre as pessoas com até a quarta série do ensino fundamental, o índice recuou de 102,7 pontos para 101,1 pontos.

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