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Medo de pegar H1N1 na igreja é 'paranoia', diz arcebispo

Algumas dioceses estão mudando os rituais nas missas e batizados, que incluem abraços e orações de mãos dadas


	Arcebispo dom Odilo Pedro Scherer: "Por que a igreja deveria espalhar H1N1 mais do que outros lugares? Isso é paranoia"
 (REUTERS/Tony Gentile)

Arcebispo dom Odilo Pedro Scherer: "Por que a igreja deveria espalhar H1N1 mais do que outros lugares? Isso é paranoia" (REUTERS/Tony Gentile)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 15h12.

Aparecida - O arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, considerou "paranoia" o medo das pessoas de pegar a gripe H1N1 ao frequentar a igreja.

Como registrou o Estado, algumas dioceses, como a de Taubaté e São José dos Campos, no interior de São Paulo, estão mudando os rituais nas missas e batizados, que incluem abraços e orações de mãos dadas, para reduzir o risco e evitar possível debandada de fiéis.

"Por que a igreja deveria espalhar H1N1 mais do que outros lugares? Isso é paranoia. As pessoas deveriam antes ter medo de ir para o banco, o metrô, o cinema, o estádio e o restaurante", afirmou.

Na abertura da 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, nesta quarta-feira, 6, d. Odilo disse que não haverá uma recomendação para que a igreja mude seus rituais por causa da gripe.

"Ninguém está obrigado a receber a hóstia na boca, mas isso não deve ser visto com preocupação. Não creio que a igreja seja um lugar perigoso para se espalhar doenças. Não gostaria de espalhar essa psicose. Acho muito maior o risco em outras circunstâncias e situações."

Segundo ele, a recomendação passada às dioceses é a mesma das autoridades sanitárias, válidas para quaisquer circunstâncias em que há risco de doenças: evitar o contato com pessoas que têm o problema, lavar bem as mãos depois do contato físico e evitar aglomerações em locais com pouca ventilação.

"Essas são as orientações do Ministério da Saúde que nós adotamos. Nas igrejas, geralmente, os espaços são amplos e bem ventilados. Não é na igreja que alguém vai pegar H1N1."

Até a última segunda-feira, 4, o Estado de São Paulo tinha 55 mortes confirmadas por H1N1, segundo números do ministério.

Apenas a região noroeste do Estado chegou a 21 mortes, com o óbito de um homem de 56 anos em Mirassol, na terça-feira, 5. A vítima estava internada no Hospital de Base de São José do Rio Preto desde 28 de março.

Em Mirassol, já são quatro óbitos neste ano. As cidades de General Salgado e São José do Rio Preto registraram três mortes cada. A vacinação contra a gripe H1N1 foi antecipada na região.

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