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Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2010 às 13h01.
São Paulo - O presidente da Federação Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje (14) que as medidas adotadas pelo governo para conter a desvalorização do dólar ante o real são positivas, mas insuficientes. Ele defendeu novas ações para evitar que empresas brasileiras percam competitividade com a queda do dólar.
"O aumento do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] ajuda, mas é insuficiente para resolver o problema do câmbio", resumiu Skaf, referindo-se ao aumento da alíquota do imposto de 2% para 4% sobre investimentos estrangeiros em renda fixa, anunciada pelo governo no dia 4.
Para ele, o governo deveria se esforçar para pagar os créditos tributários que os exportadores têm a compensar. Esses créditos são referentes a impostos pagos pelas empresas sobre os produtos que enviam para o exterior. A devolução do imposto é uma forma de o governo incentivar a exportação, já que desonera o preço final do produto. Contudo, segundo Skaf, os créditos demoram a ser compensados.
"Os governos precisam cumprir o combinado e pagar os créditos que as empresas têm. Já seria muito bom neste momento de valorização do real", disse o presidente da Fiesp. Para ele, a questão cambial é um problema sério e tem consequências no comércio externo e interno. "O exportador sofre para exportar e a produção interna sofre para concorrer com produto importado que chega mais barato".
Skaf disse ainda que dados da balança comercial brasileira já apontam para a redução da competitividade da indústria nacional. Só entre os produtos manufaturados, o Brasil tem um déficit acumulado no ano de US$ 44 bilhões. Deve fechar 2010 com déficit de US$ 60 bilhões. "Só teremos saldo na balança comercial pela exportação de commodities", complementou. Hoje, o dólar comercial teve valorização de 0,48%. Fechou cotado a R$ 1,663.
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