Segundo o site do Cremesp, a relação entre a classe médica e os planos de saúde se deteriorou muito nos últimos quatro anos (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2011 às 23h48.
São Paulo - A relação dos médicos com os planos de saúde está cada vez mais abalada. Levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) mostrou que 74% dos profissionais consideram sua relação com as operadoras ruim ou péssima – enquanto apenas 4% julgaram o relacionamento como ótimo ou bom. A pesquisa realizada em abril pelo Instituto Datafolha ouviu 58.000 médicos.
Para o levantamento, os médicos também foram questionados sobre a relação com o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo os resultados, 59% dos médicos consideraram a relação com o SUS ruim ou péssima e 9% avaliaram a relação com o sistema público como ótima ou boa.
Segundo o site do Cremesp, a relação entre a classe médica e os planos de saúde se deteriorou muito nos últimos quatro anos. Pesquisa realizada em 2007 mostrou que 43% dos médicos que atendiam planos de saúde já afirmavam que tinham problemas com as operadoras.
Entre as principais dificuldades citadas, estão os baixos valores de honorários médicos, negação de consultas, internações, exames, procedimentos e outras medidas terapêuticas.
No fim do ano passado, ginecologistas e obstetras de São Paulo suspenderam o atendimento para reivindicar um reajuste no valor pago pelas consultas de 25 para 100 reais. Já no dia 7 de abril deste ano, houve uma paralisação nacional, com adesão de 80% dos médicos. Após a dificuldade em negociar com os planos, o Conselho Federal de Medicina apresentou uma proposta para desvincular a consulta clínica dos convênios.
No total, o estado de São Paulo tem 18,4 milhões de usuários de planos de saúde, dentre os 46,6 milhões do Brasil.