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Médicos fazem manifestação na Paulista

O ato faz parte das mobilizações do Dia Nacional de Alerta na Saúde Suplementar, que gerou manifestações em todo o país


	Médicos: Na capital paulista, juntaram-se ao protesto dos médicos, profissionais de odontologia e fisioterapia.
 (Adam Berry/Getty Images)

Médicos: Na capital paulista, juntaram-se ao protesto dos médicos, profissionais de odontologia e fisioterapia. (Adam Berry/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo – Profissionais da saúde fizeram na manhã de hoje (25) um protesto na Avenida Paulista contra os valores pagos pelos planos de saúde, considerados baixos pela categoria. O ato faz parte das mobilizações do Dia Nacional de Alerta na Saúde Suplementar, que gerou manifestações em todo o país e, em alguns estados, suspensão dos atendimentos – exceto para casos de emergências e urgências.

Na capital paulista, juntaram-se ao protesto dos médicos, profissionais de odontologia e fisioterapia. Os manifestantes exibiram faixas nos principais cruzamentos da Avenida Paulistas e fizeram panfletagem, sem atrapalhar o trânsito. Depois, eles planejam soltar 10 mil balões, próximo ao Edifício da Gazeta.

Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), explica que a manifestação congregou também os fisioterapeutas e dentistas para ganhar força na mobilização contra as empresas de saúde. “Esse é um movimento que tende a crescer nos próximos anos, porque todas as classes profissionais estão insatisfeitas”.

O maior problema enfrentado por essas categorias, de acordo com Meinão, são os valores insignificativos pagos pelo trabalho dos médicos. “Os honorários estão muito baixos, foram sub-reajustados ao longo dos anos. Hoje, concretamente, existe uma grande defasagem dos valores que nós recebemos em relação à inflação no período ou em relação ao aumento nas mensalidades dos usuários”, disse ele.

Segundo Meinão, os contratos feitos pelos médicos com os planos de saúde não apresentam cláusulas claras quanto aos reajustes. “Eles não atendem às determinações da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que determinou que fossem colocadas [as cláusulas sobre reajustes] nesses contratos”, declarou.


O presidente da APM acredita que o principal prejudicado diante desses impasses são os usuários. “Tudo isso gera uma insatisfação muito grande, que se reflete no atendimento prestado ao usuário. As pessoas, hoje, têm dificuldade em realizar consultas. Nas unidades de emergência, a espera é muito prolongada, há dificuldades de encontrar médicos para a realização de cirurgias, há dificuldade de leito hospitalar, de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]”, disse.

Andréia Fuchs, representante do Conselho Regional de Fisioterapia, disse que há grande insatisfação também entre os fisioterapeutas que atendem convênios médicos. “Para se ter uma ideia, existem convênios que pagam R$ 3,50 por atendimento. E, minimamente, você fica meia hora com o paciente, tem seções que, dependendo da patologia, você fica uma hora. Então, tem muitos profissionais deixando de atender convênio, fechando suas clínicas ou preferindo atender particular”, reclamou.

Ela criticou, além disso, a falta de cumprimento de alguns planos quanto à tabela de valores. “Você não tem como prestar um bom atendimento, não tem como sobreviver dessa profissão com dignidade com uma remuneração dessa. Alguns planos de saúde não cumprem a tabela de referenciais de honorários, o que torna o atendimento mais difícil ainda”, informou.

Rada Elachkar da Silva, conselheira do Conselho Regional de Odontologia, relatou que entre os dentistas os preços pagos afetam procedimentos importantes. “Os valores das consultas, de uma restauração, de uma exodontia – que é uma remoção do dente, o tratamento de canal, são os principais procedimentos prejudicados”, disse. “Com os preços que os planos de saúde pagam, irrisórios, é impossível o profissional atender com esses valores”, acrescentou ela.

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