Os médicos do INSS são acusados de fraudar o sistema de ponto e, por consequência, não cumprir a jornada diária de trabalho (Thomas Northcut/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2015 às 11h51.
Três médicos peritos que trabalham no posto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de Araraquara (SP) foram afastados na terça-feira 23.
A determinação é da Justiça Federal de São Paulo, que também proibiu outro médico, este aposentado, de entrar no prédio da Previdência naquela cidade.
Eles são acusados de fraudar o sistema de ponto e, por consequência, não cumprir a jornada diária de trabalho. O afastamento é para que não haja 'perturbação no avanço das investigações durante o inquérito policial'.
A assessoria de Comunicação Social do INSS em São Paulo divulgou nota de esclarecimento afirmando que o Instituto vai colaborar com as investigações. "A Superintendência Regional do INSS em São Paulo informa que as investigações ainda estão em curso e que o Instituto aguarda mais informações da Polícia Federal. O INSS está colaborando com as apurações que forem necessárias", diz a nota.
As apurações começaram após duas cartas anônimas idênticas chegarem à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF).
O controle de frequência dos servidores é realizado de forma eletrônica com senha pessoal, mas de acordo com as denúncias, o registro não era feito pelos próprios profissionais, que estariam trabalhando no mesmo horário em outros lugares.
Segundo a Polícia Federal, que analisou os relatórios de frequência e comparou com filmagens internas, havia um revezamento dos médicos para bater o ponto.
"Os elementos reunidos até este momento trazem consistentes indícios da prática de infrações penais pelos investigados", afirmou o juízo da 1ª Vara Federal em Araraquara.
Como parte das investigações, serão realizadas buscas de objetos e documentos que possam estar relacionados aos fatos.
A Justiça também expediu mandados de busca e apreensão nos endereços em que os médicos estariam prestando atendimento nos horários em que deveriam estar no INSS, segundo relatório de ponto. O processo corre em segredo de Justiça.