Equipes de resgate procuram sobreviventes depois que um avião da Air India Express com 191 passageiros sofreu um acidente ao pousar no aeroporto de Calicute, no sul da Índia, nesta sexta-feira (Stringer/Reuters)
Janaína Ribeiro
Publicado em 7 de agosto de 2020 às 17h36.
Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 19h00.
O acidente envolvendo um Boeing 737 da companhia aérea Air India Express, deixou pelo menos 16 mortos e mais de 100 feridos no aeroporto de Calicute, no sul da Índia. Havia cerca de 200 pessoas a bordo, entre passageiros, crianças e tripulantes. A aeronave, que saiu de Dubai, nos Emirados Árabes, ultrapassou a pista e caiu em um barranco. Imagens feitas no local mostram que a fuselagem da aeronave se partiu em dois com o impacto. Segundo a Associated Press, o piloto está entre as vítimas fatais.
A quantidade de pessoas no avião equivale a cinco vezes a média diária de vítimas do novo coronavírus no Brasil. A média móvel de mortes nos últimos sete dias foi de 1.038, o quíntuplo do número de passageiros do acidente na Índia.
O número de assentos em um Boeing 737 varia de 138 a 230, dependendo do modelo da aeronave e da configuração pedida pelo comprador. O Brasil tem atualmente mais de 98.000 óbitos por covid, o equivalente a 714 aeronaves cheias na configuração para 138 passageiros.
Outros acidentes aéreos
Em 2007, o Brasil teve o pior acidente aéreo da história do país. Em 17 de julho de 2007, um Airbus A-320, que fazia o voo JJ 3054 da TAM, não conseguiu pousar na pista principal do aeroporto de Congonhas, atravessou a avenida Washington Luiz e se chocou contra um prédio da TAM Express. O avião explodiu e todos os passageiros morreram, além de funcionários da TAM Express que estavam no prédio no momento da tragédia e pessoas que passavam pelo posto de gasolina ao lado.
Na época, a Secretaria de Segurança Pública contabilizou 199 mortos — sendo 12 em solo. As investigações da Polícia Federal sobre o acidente começaram ainda em 2007 e levaram dois anos e meio para ser concluídas. O documento não apontou culpados. A conclusão é de que o acidente teria sido causado exclusivamente por um erro dos pilotos do Airbus A-320.
Em 27 de março de 1977, um Boeing 747 da KLM colidiu com outro da PanAm no aeroporto de Tenerife, nas Ilhas Canárias. A explosão matou 583 pessoas, o maior número de vítimas fatais da história da aviação. Segundo peritos, problemas de comunicação e erro do comandante holandês causaram a catástrofe.
Antes do acidente, uma bomba explodiu em outro aeroporto, em Gran Canaria (uma outra ilha do arquipélago). Com a ameaça de uma segunda bomba, vários voos foram desviados para o aeroporto de Los Rodeos, na ilha de Tenerife.
Devido à confusão e erros no controle de pousos e decolagens, os dois Boeings 747 se chocaram próximos ao solo do aeroporto, deixando 248 mortos no avião da KLM e 335 no da PanAm.