Brasil

Mecanização de garimpos dificulta repressão

A mudança aconteceu no fim da segunda corrida do ouro, em Serra Pelada, no município de Curionópolis, no sul do Pará

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2012 às 18h57.

Brasília – O garimpo, como é praticado hoje na Amazônia, é caracterizado pela presença de grandes máquinas e equipamentos, diferentemente do que ocorria em épocas anteriores. A imagem clássica do garimpeiro romântico deu lugar a estruturas de grande porte, comandadas por investidores, muitas vezes, desconhecidos.

“Hoje você tem os empresários garimpeiros, que é gente que tem dinheiro, que domina as áreas e que tem garimpo e usa a mão de obra dos pequenos [garimpeiros]. São grandes escavadeiras, tratores e caminhões. Hoje é uma mineração clandestina”, define o geólogo Elmer Prata Salomão, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Mineral.

Na primeira grande corrida do ouro, na época dos portugueses, predominantemente em Minas Gerais, e na segunda corrida, em Serra Pelada, o ouro estava “à flor da terra”, em plataformas mais superficiais de fácil retirada. Os dois eventos, que duraram pouco mais de dez anos, cada, exigiam menos mecanização e contavam com mão de obra mais submissa e menos especializada.

A nova faceta do garimpo, movido por estruturas de grande porte, como retroescavadeiras e outras máquinas e equipamentos, além de motores e aviões, e que hoje põe à prova o trabalho de fiscalização e repressão da atividade ilegal, começou a ganhar forma nos anos de 1980.

A mudança aconteceu no fim da segunda corrida do ouro, em Serra Pelada, no município de Curionópolis, no sul do Pará. A área de quase 5 mil hectares ficou conhecida como maior garimpo a céu aberto do mundo. Números oficiais indicam que 30 toneladas de ouro foram retiradas da região na época.

“Os anos 80 [do século passado] transformaram completamente o garimpo, que deixou de ser uma atividade manual e passou a ser mecanizada”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Mineral, Elmer Prata Salomão. Apesar da transformação, na época, o garimpo ainda acontecia nos aluviões - depósitos superficiais no leito e nas margens dos rios, que podiam ser explorados com facilidade pelos garimpeiros.

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaEquipamentos e peçasGarimpeirosMáquinas e peças

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP