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MEC não recolherá livro que incentiva aluno a falar errado

Em audiência no Senado, ministro Fernando Haddad diz que livro não deve ser julgado por trecho isolado

Haddad fez ainda um duro ataque aos críticos da obra, que, segundo ele, fazem as críticas sem lerem o livro (Antonio Cruz/ABr)

Haddad fez ainda um duro ataque aos críticos da obra, que, segundo ele, fazem as críticas sem lerem o livro (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2011 às 20h08.

Brasília - O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que o MEC não ordenará o recolhimento do livro Por Uma Vida Melhor, distribuído pelo governo federal em escolas públicas do país. A obra incentiva professores a aceitarem, por parte de seus alunos, construções incorretas em sala de aula do ponto de vista da gramática vigente, como "os livro" e "os peixe" - típicas da comunicação oral e informal.

Em audiência da Comissão de Educação do Senado, Haddad afirmou que não é possível julgar a obra por um trecho isolado. "Eu não posso fazer uma avaliação de um livro com base numa frase pinçada", disse, acrescentando que considera que o texto é alvo de "injustiça crassa" por parte dos críticos.

Haddad fez ainda um duro ataque aos críticos da obra, que, segundo ele, fazem as críticas sem lerem o livro. "Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler", disse.

A oposição questionou ainda o ministro sobre outras ações controversas recentes. É o caso dos livros de história distribuídos na rede pública de ensino que adotam uma leitura ideológica acerca de acontecimentos recentes, especialmente relativos ao governo Lula. Os parlamentares criticaram também o chamado "kit-gay", conjunto de vídeos e cartilha que o MEC pretende distribuir a escolas para combater práticas homofóbicas.

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) pediu mais transparência nos critérios de avaliação dos livros distribuídos pelo MEC. "Para acabar com isso, seria interessante que nós pudéssemos clarear essa avaliação, dar transparência a ela. Peço ao Tribunal de Contas da União que intervenha nisso."

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