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MDIC diz esperar recorde de exportações em 2024 mesmo em meio a cenário externo desafiador

Segundo a secretária de Comércio Exterior, o Brasil ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões exportados à China e a expectativa é de que o recorde seja alcançado em 2024

Exportações: de acordo com Tatiana Prazeres, o Brasil ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões exportados à China. (Claudio Neves/Divulgação)

Exportações: de acordo com Tatiana Prazeres, o Brasil ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões exportados à China. (Claudio Neves/Divulgação)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 18h42.

Última atualização em 5 de janeiro de 2024 às 19h15.

A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, destacou nesta sexta-feira, 5, que a previsão de novo recorde de exportações em 2024 é feita mesmo em um cenário externo mais desafiador para a economia global. Segundo ela, apesar de haver uma "interrogação" em relação aos preços, "a expectativa é de que o recorde seja alcançado especialmente em razão do aumento de volume exportado".

A fala da secretária ocorreu durante a apresentação dos resultados da balança comercial em 2023.

Ela também ressaltou que, pela primeira vez, o Brasil ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões exportados à China.

O montante é o maior valor já exportado pelo Brasil a um parceiro comercial. Foram US$ 105,7 bilhões em vendas ao país asiático no ano passado.

Volume

O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Herlon Brandão, disse que o cenário internacional faz com que a equipe acredite que as exportações em 2024 continuarão a ser favorecidas pelos volumes vendidos.

A previsão do MDIC é de que, neste ano, a balança alcance novo recorde de vendas ao exterior, com valor de US$ 348,2 bilhões, ante US$ 339,7 bilhões registrado no ano passado.

Mesmo com o avanço de 2,5%, a expectativa é de que o saldo da balança comercial recue 4,5% em relação a 2023, em razão do aumento das importações esperado para este ano. Em 2023, as compras fecharam em US$ 240,8 bilhões, e a projeção é de que esse número avance para US$ 253,8 bilhões em 2024 - alta de 5 4%.

Os técnicos do MDIC explicaram que o impulso esperado para as importações se deve especialmente ao aumento da atividade econômica brasileira registrado no ano passado, o que impulsiona as compras na balança comercial, assim como o nível do câmbio. "Em 2023, tivemos redução expressiva de importações e há mudança nesse cenário em 2024", observou também Tatiana Prazeres.

Já em relação às exportações, influenciadas pela demanda externa e preços, Brandão aponta que o País atingiu uma marca já muito alta em 2023, com destaque para o dado de dezembro, que também foi recorde para o mês (US$ 28,839 bilhões). No ano, o volume de exportação também foi o maior da série histórica.

"A exportação em dezembro ficou muito acima, isso influencia a série para frente. Mas a tendência se mantém em crescimento. E o cenário internacional nos leva a acreditar que será o volume que continuará puxando a exportação", disse Brandão.

Minério

O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC ainda afirmou que as exportações de minério de ferro em 2023 surpreenderam "muito". Ele apontou que, mesmo a economia chinesa apresentando um comportamento mais fraco, o país asiático continuou demandando o produto brasileiro.

Em 2023, o valor total de exportação de minério de ferro e seus concentrados cresceu 5,5%, puxado pela alta de volume vendido, de 10%, contra um recuo nos preços de 4,1%.

Brandão também destacou o valor total das exportações à China, que atingiram nível recorde em 2023. Foram US$ 105,7 bilhões, alta de 16,5% em comparação com 2022, puxada pelo crescimento do volume exportado, em 29,8%. Já os preços caíram 10%.

Outro fator ressaltado por ele foi o crescimento das exportações para a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que corresponderam a 7,2% das vendas brasileiras ao exterior no ano passado - número maior que o do Mercosul, que ficou com participação de 6,9% das exportações.

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