Fernando Holiday: eleito pelo DEM, o vereador de SP e um dos fundadores do MBL está negociando sua transferência para o Novo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de setembro de 2019 às 13h55.
Um dos organizadores da ação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Movimento Brasil Livre (MBL) se aproxima do partido Novo e parte de seus integrantes pode migrar para a legenda para as eleições do ano que vem. Eleito pelo DEM, o vereador de São Paulo Fernando Holiday, um dos fundadores do MBL está negociando sua transferência para sigla.
As conversas preliminares passam pela mudança de uma cláusula do estatuto do Novo que precisaria ser modificada para receber Holiday: a proibição de que parlamentares deixem o mandato pela metade. Segundo aliados, o projeto de Holiday é se reeleger vereador nas eleições do próximo ano e depois, em 2022, tentar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Nas eleições de 2016, o Novo elegeu apenas a vereadora Janaína Lima na capital, mas em 2018 a legenda fez 4 deputados estaduais e 8 federais. Além de Holiday, o coordenador nacional do MBL, Renato Batista, filiou-se ao Novo e está participando do processo seletivo para vai disputar uma vaga de vereador no ano que vem.
Nas últimas eleições, três coordenadores do MBL conquistaram mandatos pelo DEM. Além Holiday, que foi eleito vereador de São Paulo em 2016, Kim Kataguiri foi eleito deputado federal e Arthur do Val, 32, o Mamãe Falei, foi eleito deputado estadual na disputa do ano passado.
O Novo, por usa vez, tem buscado ampliar sua presença no Legislativo paulistano. O vereador Caio Miranda (PSB), que deve mudar de partido para disputar a reeleição no ano que vem, chegou a ser sondado pela legenda. Segundo assessores, o vereador ainda estuda o caso.
Em outra frente, o presidente do Fundo Social de São Paulo, Felipe Sabará, que é aliado do governador João Doria (PSDB), chegou à fase final do processo seletivo do Novo e é o favorito para disputar a prefeitura de São Paulo pelo partido.
A eventual candidatura de Sabará no ano que vem pode contar com o apoio velado de Doria, que ampliaria sua área de influência na eleição municipal e teria um "plano B" caso a candidatura de Bruno Covas (PSDB) à reeleição não decole. Sabará chegou a participar de eventos na Prefeitura de São Paulo representando o governador, o que foi lido por aliados como uma sinalização de apoio.
Essas participações, porém, causaram desconforto entre correligionários e aliados de Covas, que cobraram explicações do Palácio dos Bandeirantes.
Sabará foi secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social nas Gestões de João Doria e Bruno Covas. Foi idealizador do projeto Horta Social Urbana, de produção de alimentos orgânicos dentro da cidade, com geração de empregos para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Dirigentes do Novo ainda esperam uma eventual candidatura do médico Claudio Lottenberg, presidente do conselho do Hospital Albert Einstein e do UnitedHealth Group Brasil. Entretanto, ele ainda não se inscreveu no processo.