Mauro Vieira e Yván Gil: ministro do Itamaraty e chanceler venezuelano discutiram segurança regional e questões comerciais bilaterais em Bogotá, Colômbia, em 21 de agosto de 2025. (Reprodução/Itamaraty)
Agência de notícias
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 19h39.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reuniu-se na tarde desta quinta-feira com o chanceler venezuelano, Yván Gil, em Bogotá, na Colômbia. Segundo interlocutores do governo brasileiro, um dos principais temas discutidos foi a segurança regional, diante das notícias de que navios de guerra americanos estariam se aproximando da Venezuela.
A frota naval americana teria recuado devido aos riscos meteorológicos provocados pelo furacão Erin. No entanto, a ameaça de intervenção na Venezuela persiste, especialmente devido aos sinais emitidos pela Casa Branca, que anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura do presidente Nicolás Maduro. O governo americano afirma que o regime de Maduro é marcado pelo narcotráfico.
As relações entre Brasil e Venezuela esfriaram desde meados do ano passado, após o governo brasileiro não reconhecer o resultado das eleições no país vizinho. Maduro nunca apresentou documentos que comprovassem sua vitória na disputa com Edmundo González, opositor que recebeu asilo político da Espanha.
Não há informações sobre uma possível ida de Maduro a Bogotá para a Cúpula de Países Amazônicos, que acontecerá nesta sexta-feira. A cúpula contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defenderá que as nações da região reafirmem seu interesse e capacidade para combater ilícitos, como o tráfico de drogas e armas.
O evento terá como tema central a conferência mundial sobre o clima, a COP30, que ocorrerá em novembro de 2025 em Belém (PA). O Brasil buscará o apoio dos países da região para a realização da conferência.
Em uma rede social, o Itamaraty informou que os ministros discutiram também a necessidade de solucionar as pendências na relação comercial bilateral, além dos desdobramentos das tarifas dos EUA para o sistema multilateral de comércio e os desafios atuais em matéria de segurança regional.