O depoimento estava previsto no dia em que ele foi preso preventivamente na Operação Venire, por isso precisou ser remarcado (Alan Santos/PR/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 22 de maio de 2023 às 13h11.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens no governo Bolsonaro, tem um novo depoimento previsto nesta segunda-feira, 22, desta vez no caso das joias revelado pelo Estadão. A investigação é conduzida pela superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Ele deve ser ouvido por videoconferência.
O depoimento estava previsto no dia em que ele foi preso preventivamente na Operação Venire, por isso precisou ser remarcado.
Cid será interrogado pela segunda vez no inquérito. Ele já foi ouvido por cerca de três horas no início do mês passado, quando confirmou que recebeu um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar reaver as joias retidas pela Receita Federal.
Bolsonaro também já deu sua versão. O ex-presidente alegou que acionou seus auxiliares para evitar um suposto 'vexame diplomático' e que só ficou sabendo da existência das joias em 2022 - um ano após a apreensão no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O conjunto de colar, anel, par de brincos e relógio em ouro branco e diamantes da marca suíça Chopard, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi um presente do regime da Arábia Saudita. Outros dois kits, com relógio, caneta, terço islâmico e abotoaduras, também vieram a público.
Uma comitiva do Ministério das Minas e Energia tentou entrar com joias no Brasil sem declará-las. A suspeita é que elas seriam destinadas a Bolsonaro, burlando a lei que obriga a restituição dos presentes ao acervo da União. A investigação é conduzida pelo delegado Adalto Machado.
Mauro Cid seria ouvido na semana passada em outro inquérito, sobre um esquema de fraudes em certificados de vacina da covid-19. Ele se apresentou na sede da PF, em Brasília, mas decidiu ficar em silêncio e não respondeu aos questionamentos dos investigadores.