Tenente-coronel Mauro Cid (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Redação Exame
Publicado em 22 de março de 2024 às 14h57.
Última atualização em 22 de março de 2024 às 15h41.
O tenente-coronel Mauro Cid foi preso nesta sexta-feira, 22, por ter descumprido medidas cautelares. O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte informou que a validade da delação de Cid - a homologação, feita por Moraes - 'está sob análise'.
A prisão ocorreu após o término de uma audiência de confirmação dos termos da colaboração premiada fechada por Cid com a Polícia Federal (PF). Cid foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) pela PF.
A audiência ocorreu após a revista Veja divulgar áudios em que Cid aparece criticando a PF e Alexandre de Moraes. Nos áudios, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre fatos que não teriam acontecido ou dos quais ele não teria conhecimento. A PF avalia rescindir a delação.
Em áudios divulgados pela revista "Veja", Mauro Cid afirmou que foi pressionado a falar sobre fatos que não aconteceram ou que ele não presenciou. O militar afirmou que a PF estava com uma "narrativa pronta e não queria saber a verdade”.
"Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E todas as vezes eles falavam: ‘Ó, mas a sua colaboração. Ó, a sua colaboração está muito boa", afirmou. A gravação, segundo a revista, foi realizada depois que o militar prestou depoimento à PF, na segunda-feira, 11, e enviadas a um colega militar.
Em críticas a Moraes, o ex-ajudante de ordens disse que o ministro "é a lei" e que prende e solta pessoas quando e como quiser "com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação".
"O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só está esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo", disse Cid.
Em nota, a defesa de Cid disse que os áudios vazados "não passam de um desabafo" de uma pessoa que vive um momento pessoal difícil e de angústia pessoal, familiar e profissional. Os advogados afirmaram que os áudios não “comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial”. O texto foi assinado pelos defensores Cezar Bitencourt, Jair Alves Pereira e Vânia Bitencourt.
Quando Moraes revogou a prisão preventiva de Cid, em setembro do ano passado, as medidas cautelares impostas foram:
O STF ainda não informou qual medida foi descumprida.