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Matemático recebe nova medalha após ter original roubada

Fabricada no Canadá, em ouro 14 quilates, a peça vale cerca de R$ 15 mil

Caucher Bikar: Medalha Fields foi roubada minutos depois de ser entregue a ele na última quarta-feira (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Caucher Bikar: Medalha Fields foi roubada minutos depois de ser entregue a ele na última quarta-feira (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 15h12.

Última atualização em 4 de agosto de 2018 às 15h14.

Rio - A organização do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018) entregou neste sábado, 4, um novo exemplar da Medalha Fields ao matemático Caucher Birkar, que foi roubada minutos depois de ser entregue a ele na última quarta-feira.

A cerimônia ocorreu por volta de meio-dia no Riocentro, um centro de eventos no Rio de Janeiro onde está sendo realizado o encontro. A medalha que substituiu a original seria exposta na sede da União Internacional de Matemática, em Berlim.

A polícia já sabe quem são os dois responsáveis pelo crime, mas ainda não prendeu os suspeitos. Os dois foram identificados pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) do Rio, responsável pela investigação, a partir de filmagens feitas durante a cerimônia de premiação, na quarta-feira, no pavilhão 6 do Riocentro.

Numa das imagens, um deles aparece colocando uma mochila na mesma cadeira onde o iraniano havia deixado sua pasta com a medalha, a carteira e o celular. Em seguida ele recolhe a mochila e a pasta, e consegue sair sem que ninguém perceba o furto. A pasta foi abandonada no próprio Riocentro, mas dentro dela havia apenas o celular de Birkar - a medalha e sua carteira desapareceram.

Fabricada no Canadá, em ouro 14 quilates, a peça vale cerca de R$ 15 mil. Ela tem gravado em um dos lados o rosto de Arquimedes, matemático grego que viveu três séculos antes de Cristo. Também está inscrita a frase "Transire suum pectus mundoque potiri" (em latim, "superar os limites da inteligência e conquistar o universo"). Do outro lado está registrado "Congregati ex toto orbe mathematici ob scripta insignia tribuere" (em latim, "reunidos, matemáticos de todo o mundo a concedem por escritos notáveis").

A medalha é entregue a cada quatro anos, a duas, três ou quatro pessoas de até 40 anos que tenham realizado feitos extraordinários no campo da matemática. A premiação foi criada em 1936 e até hoje foi recebida por apenas 60 pessoas, entre eles um brasileiro - o carioca Artur Avila Cordeiro de Melo, de 39 anos, que a recebeu durante a edição anterior do congresso, na Coreia do Sul em 2014, quando Melo tinha 35 anos.

Neste ano, além do iraniano, houve outros três laureados: o indiano Akshay Venkatesh, de 36 anos, o italiano Alessio Figalli, de 34 anos, e o alemão Peter Scholze, de 30 anos. Além da medalha, cada um recebeu 15 mil dólares canadenses (cerca de R$ 43 mil).

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