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Marta cria comitê de equidade de gênero no Senado

A senadora nega a intenção de preparar o terreno para implantar o sistema de cotas na instituição, alegando que o mesmo tipo de trabalho tem sido feito

Além de Haddad e de Marta, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é cotado dentro do PT para disputar a prefeitura paulistana (Mario Rodrigues/Veja São Paulo)

Além de Haddad e de Marta, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é cotado dentro do PT para disputar a prefeitura paulistana (Mario Rodrigues/Veja São Paulo)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h22.

Brasília - Por iniciativa da primeira vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), está em curso no Senado um levantamento para identificar o total de homens, mulheres e negros que trabalham na Casa e as funções que exercem. A senadora nega a intenção de preparar o terreno para implantar o sistema de cotas na instituição, alegando que o mesmo tipo de trabalho tem sido feito, no mundo todo, por grandes empresas. "Não ponha a carroça na frente dos bois", reagiu. "Mesmo não tendo nada contra as cotas, vou analisar as respostas com muito cuidado, ver qual é a melhor proposta, falar com algumas pessoas, ver as consequências de todas as medidas, enfim é um estudo para conhecer melhor o Senado", alegou.

Uma comissão foi criada especialmente para fazer o perfil dos 3.227 servidores efetivos, dos 3.104 comissionados e 3.280 terceirizados e ainda dos estagiários que atuam na Casa. Chamado de Comitê de Equidade de Gênero e Raça, a senadora afirma que o objetivo é ter um diagnóstico e depois ter ações que implementem uma maior equidade. "O mundo todo tem essa preocupação", acrescentou.

No seu site, Marta afirma que se trata de um "comitê específico para o Senado aderir ao programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, vinculado à Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República". Informa, ainda, que a adesão do Senado ao programa foi formalizada em julho. "O comitê terá representantes de todas as secretarias e unidades da instituição a fim de promover a igualdade de gênero e raça nas práticas administrativas da Casa", acrescenta.


Em uma primeira etapa, foi realizado um levantamento do perfil do corpo funcional do Senado, levando em conta a distribuição por faixa etária, escolaridade, cargos, funções, remuneração, formas de acesso e promoção, bem como informações referentes a processos de capacitação e qualificação, programas de saúde e segurança no trabalho, além de política de benefícios. Ainda de acordo com o site, "o diagnóstico desses dados servirá como base para a formulação de um Plano de Ação, pelo comitê, para possibilitar o enfrentamento de eventuais problemas de desigualdade na instituição".

"O mundo todo hoje tem essa preocupação pela equidade entre homens e mulheres, mas não adianta ter preocupação se você não sabe a situação. Então, na primeira fase buscaremos uma ideia de como o Senado funciona em termos de equidade de gênero e raça. Depois dessa respostas, vamos ver que ações precisamos implementar", explicou a senadora.

Por alto, a situação hoje no Senado prestigia mais as mulheres do que os homens nos quadros importantes da administração. São mulheres: a diretora-geral e sua vice, a secretária-geral e as diretoras do serviço médico, taquigrafia, biblioteca e Prodasen. Na área política, Marta é a segunda em importância, depois do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). E embora tenha apenas 10 senadoras, entre os 81 representantes da Casa, é a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) quem preside a terceira mais importante comissão temática, de Serviços de Infraestrutura.

No entender de Marta, dados como esses não querem dizer muita coisa. "É como dizer que tendo a Dilma (Rousseff) como presidente, estão solucionados todos os problemas das mulheres".

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