Brasil

Advogado é descartado por Temer para Ministério, diz jornal

Vice-presidente não teria gostado de entrevista concedida pelo advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, na qual ele já fala como ministro


	O advogado Antonio Carlos Mariz de Oliveira: após entrevista, Temer descartou a nomeação do amigo para o Ministério da Justiça.
 (Agência Brasil/Gervásio Baptista)

O advogado Antonio Carlos Mariz de Oliveira: após entrevista, Temer descartou a nomeação do amigo para o Ministério da Justiça. (Agência Brasil/Gervásio Baptista)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 27 de abril de 2016 às 09h09.

São Paulo - A Folha de S.Paulo afirmou nesta quarta-feira (27) que o vice-presidente Michel Temer já desistiu de nomear o amigo e advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira para o Ministério da Justiça em um eventual governo.

Segundo o jornal, que ouviu pessoas próximas a Temer, o vice teria considerado "ruim" e "errática" a entrevista de Mariz, na qual ele fala praticamente como ministro e critica o mecanismo de delações premiadas.

Para Michel Temer, esse tipo de declaração é ruim neste momento por dar munição aos que tentam acusá-lo de tentar parar a investigação da operação Lava Jato.

O vice-presidente tem instistido em não admitir posições até que a abertura de um processo de impeachment seja autorizada pelo Senado, e o advogado teria quebrado esta regra.

Além de Mariz na Justiça, pessoas próximas de Temer falam nas nomeações de Henrique Meirelles para a Fazenda, José Serra para a Educação e Romero Jucá para o Planejamento.

Entrevista

Em conversa publicada pela Folha na edição desta quarta, Mariz afirmou que defenderia que a Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, tivesse outras prioridades além da corrupção.

"O crime organizado está tomando conta do país e as polícias estaduais não dão conta", defendeu.

Além disso, fez críticas incisivas ao mecanismo de delação premiada, bastante usado na operação Lava Jato, afirmando que quem está preso "não tem vontade, a vontade é de sair da cadeia".

O advogado foi mais longe e comparou a delação premiada à tortura: "na tortura, fala-se mais depressa porque a pessoa está apanhando, mas fala. Na delação, demora mais um pouco, mas acaba falando também".

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerMinistério da Justiça e Segurança PúblicaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Novo presidente da Câmara quer aumentar número de deputados federais para 527

'Diziam que íamos ter dificuldade, mas conseguimos aprovar tudo', diz Lula sobre apoio do Congresso

Fies 2025: inscrições terminam nesta sexta-feira, 7

CT do São Paulo, Allianz Parque e aeroporto: veja locais próximos de onde avião caiu em SP